segunda-feira, 26 de julho de 2010

Figura do mês: Pai Américo

       1 – Um dos rostos mais conhecidos e popularizados no Portugal católico é sem dúvida o do Pai Américo e das inúmeras casas do Gaiato, a obra da Rua. Os órfãos e as crianças abandonadas ganharam um pai e uma casa de acolhimento e uma oportunidade para vencerem na vida.
       Natural da freguesia de Galegos, no concelho de Penafiel, Américo Monteiro de Aguiar, é o oitavo filho de uma família cristã, tendo nascido no dia 23 de outubro de 1887.
       Desde cedo sentiu o chamamento ao sacerdócio, mas o pai preferiu que ele seguisse a carreira comercial, após estudos básicos, trabalhando inicialmente no Porto e, depois, a partir de 1906, com 18 anos e até aos 36 anos de idade, em Moçambique.
       Volta à Metrópole, a Portugal Continental, e ingressa no Convento Franciscano de Vilariño de Ramallosa, em Espanha. Aí toma o hábito em 14 de agosto de 1924. Passados dois anos deixa a vida conventual. Pede o ingresso no Seminário do Porto, mas a idade torna-se um impedimento. É aceite no Seminário de Coimbra, em 1925.
       É ordenado sacerdote no dia 29 de julho de 1929. Até à morte há-se estar ao serviço dos mais carenciados.
       2 – O bispo de então, D. Manuel Luís Coelho da Silva, dispensa-o de todas as obrigações sacerdotais, por ser uma pessoa debilitada, doente, e encarrega-o da Sopa dos Pobres, em 1932, “por não servir para mais nada”, como diz o próprio Pai Américo.
       O apostolado da caridade encontra um grande servidor. Visita cadeias e hospitais, num contacto próximo com as famílias em dificuldades, que procura ajudar com toda a diligência.
       Em agosto de 1935, organiza as Colónias de Férias do Garoto da Baixa, em Coimbra. Era um embrião daquilo que viria a ser a Casa do Gaiato. Seguem-se colónias de Campo em Vila Nova do Ceira e Miranda do Corvo.
       A primeira casa do Gaiato é fundada em 7 de janeiro de 1940, no lugar de Bujos, em Miranda do Corvo, seguindo-se a de Paço de Sousa, no mosteiro beneditino aí existente.
Com o lema, “cada freguesia cuide dos seus pobres”, iniciou-se a construção de várias casas dos pobres para que assim acontecesse.
       No dia 1 de janeiro de 1941 é a vez do lar do Ex-Pupilo das Tutorias e dos Reformatórios, em Coimbra, instituição que será entregue, em 1950, aos Serviços Jurisdicionais de Menores.

       3 – Com as casas, chegam também as publicações que divulgam e fundamentam a Obra da Rua.
       Em junho de 1941, publica o primeiro volume do Pão dos Pobres, e no ano seguinte, publica Obra da Rua. O primeiro número do jornal “O Gaiato”, quinzenário da Obra da Rua, surge em 5 de março de 1944.
       Entretanto, a 4 de janeiro de 1948 é inaugurada a Casa do Gaiato de Lisboa, situada em Santo Antão do Tojal, em Loures.
       Durante o ano de 1950, o Pai Américo publica o opúsculo “Do Fundamento da Obra da Rua” e “Do Teor dos seus Obreiros” e o primeiro volume do livro “Isto é a Casa do Gaiato”.
       Em 1952, viaja para África e publica um novo livro, “O Barredo”. Em 1954, sai a lume “Ovo de Colombo e Viagens”. E ainda neste ano toma posse da quinta da Torre, em Beire, freguesia de Paredes, para aí instalar a Casa do Gaiato e do Calvário, para abrigo de doentes incuráveis. Um ano depois, a 1 de julho de 1955, é a vez da Casa do Gaiato de Setúbal, em Algeruz.
       Morreu no dia 16 de julho de 1956, no Hospital Geral de Santo António, no Porto, em consequência de um acidente de viação, em São Martinho de Campo, Valongo, no regresso de uma viagem ao sul do país. O processo de beatificação foi iniciado em 1986. A sua obra continua.

       4 – Um testemunho que ilumina a (nossa) vivência do Evangelho.

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