quinta-feira, 2 de setembro de 2010

VIDA: um choque com a eternidade

no Funeral de D. José Tomaz Nunes
       «Na homilia, o Cardeal Patriarca lembrou o momento em que, há 12 anos, impôs as mãos sobre D. Tomaz Nunes para o ordenar bispo.
       Nesse dia, disse D. José Policarpo, “estivemos nesta igreja, com tantos ou mais bispos do que hoje, com o clero de Lisboa cheio de alegria”.
       Logo a seguir, “o senhor D. Tomaz foi daqui para o hospital, para fazer uma intervenção cirúrgica que o médico não queria atrasar nem 24 horas. E o Senhor deu-lhe ainda estes anos de saúde e de jovialidade ao serviço da Igreja”.
       O Cardeal Patriarca evocou o momento em que se deparou com a morte do bispo auxiliar de Lisboa e presidente da Comissão Episcopal da Educação Cristã.
       “Ontem, quando entrei no quarto do senhor D. Tomaz e vi o seu corpo sem vida, não senti que a vida é um choque com o futuro, mas senti muito profundamente que é um choque com a eternidade, violento, surpreendente e inesperado”, disse o prelado.
       “Jesus – prosseguiu – tinha-nos avisado. Mas nós esquecemos com tanta facilidade esse aviso tantas vezes repetido: ‘Virei quando menos se espera’.”
       Para D. José Policarpo, “a morte é, sob o ponto de vista humano, a mais radical experiência de solidão, mesmo que os outros estejam à nossa volta, e só Deus a pode vencer".
       “O senhor D. Tomaz morreu sozinho e nós estávamos lá, perto dele. Mas ele não pôde sentir o calor da nossa amizade naquele momento difícil”, lembrou o Cardeal Patriarca.
       Referindo-se à experiência da morte e à sua relação com a vida, D. José Policarpo sublinhou que o “choque com a eternidade será libertador se o experimentarmos permanentemente com Jesus ressuscitado”.
       “Jesus Cristo, na sua Páscoa, surge como essa experiência fundamental de humanidade que encerra a sua única verdadeira esperança, que é mitigar esse choque com a eternidade e fazer dele um encontro jubiloso”, referiu.
       “A experiência ao longo dos séculos deixa-nos clareiras de esperança para acreditarmos que esse é um momento de grande júbilo", afirmou o prelado, que no entanto advertiu: “Ai daqueles que nesse momento derradeiro negam o encontro com Deus.”
       Sobre a urna fechada de D. Tomaz Silva Nunes foi deposta a sua mitra e um evangeliário (livro com textos bíblicos do Evangelho proclamados nas missas), aberto ao centro.
       D. Tomaz da Silva Nunes faleceu esta Quarta feira devido a um enfarte agudo do miocárdio, segundo apurou a Agência ECCLESIA junto do Patriarcado de Lisboa».

Sem comentários:

Enviar um comentário