sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

Solenidade de N A T A L

       1 - É Natal.
       Deus entre nós. Deus um connosco. Deus encarna, faz-Se homem. Em Jesus Cristo, a divindade assumiu a fragilidade e a finitude humana e, num projecto de dádiva permanente, dá-nos a vida em abundância, para que o sentido da nossa existência se abra até ao infinito, até à eternidade.
       "E o Verbo fez-Se carne e habitou entre nós. Nós vimos a sua glória, glória que Lhe vem do Pai como Filho Unigénito, cheio de graça e de verdade" (Evangelho do dia). Cada ser humano pode ser morada do Senhor. Ele veio habitar em nós e entre nós, e trazermos a graça e a verdade, para nos tornamos irmãos uns dos outros.
       Deixemos que a luz que nos é dada por Deus que Se faz menino, expondo-se no mais simples e humilde, nos guie na verdade, nos impele para a vivência do perdão e da caridade. Não cruzemos os braços, não baixemos a esperança, pois tudo pode aquele que confia em Deus, não desistamos de viver no bem, com honestidade e justiça, fazendo com que o NATAL, nascimento de Jesus, revolucione efectivamente o nosso coração, o nosso olhar sobre o mundo e sobretudo sobre as pessoas, num compromisso com o novo céu e a nova terra que Jesus nos dá com a Sua vida, mensagem, morte e ressurreição.

       2 - Mas escutemos as palavras sagradas que nos falam do nascimento do Messias de Deus, o Salvador do Mundo:
       "Muitas vezes e de muitos modos falou Deus antigamente aos nossos pais, pelos Profetas. Nestes dias, que são os últimos, falou-nos por seu Filho, a quem fez herdeiro de todas as coisas e pelo qual também criou o universo" (Hebr 1,1-6).
       "Enquanto ali se encontravam, chegou o dia de ela dar à luz e teve o seu Filho primogénito... Disse-lhes o Anjo: «Não temais, porque vos anuncio uma grande alegria para todo o povo: nasceu-vos hoje, na cidade de David, um Salvador, que é Cristo Senhor»" (Lc 2,1-14).
       "O povo que andava nas trevas viu uma grande luz; para aqueles que habitavam nas sombras da morte uma luz começou a brilhar" (Is 9,1-6).
       O nascimento de Jesus, para nós, crentes cristãos, responde às promessas feitas por Deus ao povo eleito, e que os profetas anunciam permanentemente. Com o Seu nascimento, a expectativa em relação ao futuro torna-se certeza do passado e do presente, Deus veio em Jesus Cristo, o Céu desceu à terra, a Eternidade entrou no tempo, entrou na história da humanidade.
       Não mais haverá trevas, porque uma grande luz nos é dada em Jesus Cristo, nasceu-nos o Salvador, chegamos à plenitude dos tempos.

       3 - As palavras que configuram a certeza da presença de Deus em nós e entre nós, mobilizam o nosso coração, mas igualmente o nosso compromisso com os outros, com o mundo, com a transformação das realidades que ainda não viram a luz da salvação.
       Também nós, como outrora os profetas, e como o Messias de Deus, devemos ser mensageiros de Deus, mensageiros do bem e do amor, mensageiros da paz e da vida. "Como são belos sobre os montes os pés do mensageiro que anuncia a paz" (Is 52,7-10).
       Ao espreitarmos o Presépio, acolhamos a alegria e o amor que irradia de Jesus, de Maria e de José. Com o coração a transbordar da paz que Ele nos dá, testemunhemo-lo aos outros, com palavras e obras, testemunhemo-lo ao mundo inteiro.

Sem comentários:

Enviar um comentário