sábado, 4 de junho de 2011

Solenidade da Ascensão do Senhor - 5 de junho

       1 – "Os onze discípulos partiram para a Galileia, em direcção ao monte que Jesus lhes indicara. Quando O viram, adoraram-n’O; mas alguns ainda duvidaram. Jesus aproximou-Se e disse-lhes: «Todo o poder Me foi dado no Céu e na terra. Ide e ensinai todas as nações, baptizando-as em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo, ensinando-as a cumprir tudo o que vos mandei. Eu estou sempre convosco até ao fim dos tempos»".
         A Ascensão de Jesus dá lugar à missão dos Apóstolos.
       Por um tempo, Jesus apareceu-lhes, atestando a Sua ressurreição. O sepulcro está vazio, abandonado. Ressuscitou como dissera atempadamente. A desilusão que os discípulos enfrentaram com a prisão do Mestre e com todo o processo que O leva da condenação à morte, dá lugar ao dia, à luz, à ressurreição. Jesus volta para eles. Por pouco tempo. É Jesus quem o prometera. Porquanto, eles podem ver, podem falar cara a cara, podem tocar, podem fazer uma experiência extraordinária de descoberta e de encontro, de vida nova e de comunidade.
       Logo Ele ascenderá aos Céus, para junto de Deus Pai.
      Já os tinha avisado. Já os prevenira. Tiveram tempo para se habituarem àquela que será uma ausência muito próxima: da vastidão de Deus, Jesus estará perto de todos e não apenas daquele pequeno grupo de discípulos. A morte biológica, na ascensão de Jesus ao Céu, deixa de ser um obstáculo para que o Filho de Deus Se manifeste a todo o mundo!

       2 – «Não vos compete saber os tempos ou os momentos que o Pai determinou com a sua autoridade; mas recebereis a força do Espírito Santo, que descerá sobre vós, e sereis minhas testemunhas em Jerusalém e em toda a Judeia e na Samaria e até aos confins da terra». Dito isto, elevou-Se à vista deles e uma nuvem escondeu-O a seus olhos. E estando de olhar fito no Céu, enquanto Jesus Se afastava, apresentaram-se-lhes dois homens vestidos de branco, que disseram: «Homens da Galileia, porque estais a olhar para o Céu? Esse Jesus, que do meio de vós foi elevado para o Céu, virá do mesmo modo que O vistes ir para o Céu».
       São Lucas, no seu segundo livro, os Actos dos Apóstolos, apresenta este quadro da Ascensão, do qual se podem retirar importantes lições para os discípulos daquele e deste tempo.
       Jesus começa por alertar quanto à preocupação do tempo e dos momentos. Deus é o Senhor do tempo e da eternidade. Não nos afadiguemos com o que não nos compete. Deus dá-nos o tempo e a vida gratuitamente.
       A ascensão é uma graça, uma bênção sobre os discípulos. 
       O Espírito Santo descerá sobre eles, para que se tornem testemunhas do Mestre. Refira-se, uma vez mais, que o Espírito Santo não é dado para auto-glorificação, mas como instrumento de evangelização. Recebemos o Espírito para nos tornarmos verdadeiras testemunhas da verdade e do bem, da justiça e da caridade que Jesus nos comunica.
       Com efeito, Ele foi elevado para junto de Deus Pai, que fazemos a olhar para o Céu?
       Agora é o tempo de meter mãos à obra e trabalhar pelo Reino de Deus, vamos anunciar a todos os povos a boa-nova, baptizando em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo e ensinando tudo o que Jesus nos mandou.
       Não temamos. Ele está connosco até ao fim dos tempos. Encontremo-l'O onde quer que estejamos!

       3 – São Paulo, na saudação à comunidade de Éfeso, suplica para os crentes a sabedoria e a luz de Deus, para que todos compreendam o dom de Deus, e dessa forma se insiram na construção do Reino de Deus.
       "O Deus de Nosso Senhor Jesus Cristo, o Pai da glória, vos conceda um espírito de sabedoria e de luz para O conhecerdes plenamente e ilumine os olhos do vosso coração, para compreenderdes a esperança a que fostes chamados, os tesouros de glória que encerra a sua herança entre os santos e a incomensurável grandeza que representa o seu poder para nós os crentes".
       Primeiro a conversão a Jesus Cristo, acolhendo os tesouros que nos chegam de Deus, tornando proveitosa a Sua graça. Depois, ou concomitantemente, o testemunho que há-de brilhar como luz, como sol refulgente para o mundo e para os contextos em que vivem os crentes. Acolhamos a graça de Deus e como a recebemos assim a comuniquemos entre nós.


Textos para a Eucaristia (ano A): Act 1,1-11; Ef 1,17-23; Mt 28,16-20

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