domingo, 30 de junho de 2013

Papa Francisco - Deus já vive na nossa cidade

       Deus já vive na nossa cidade e urge - enquanto refletimos - sair ao seu encontro, para O descobrir, para construir relações de proximidade, para O acompanhar no seu crescimento e encarnar o fermento da sua Palavra em obras concretas. O olhar de fé cresce sempre que pomos a Palavra em prática. A contemplação melhora no meio da ação. Agir como bons cidadãos - em qualquer cidade - melhora a fé...
        Poder-se-á dizer que o olhar de fé nos leva a sair todos os dias e cada vez mais ao encontro do próximo que habita a cidade. Leva-nos a sair ao encontro porque este olhar se alimenta na proximidade. Não tolera a distância, porque sente que ela esbate os contornos do que deseja ver; e a fé quer ver para servir e amar, não para constatar e dominar. Ao sair para a rua, a fé limita a avidez do olhar dominador e cada próximo concreto para que olha com desejos de servir ajuda-a a focar melhor o seu «objeto próprio e amado», que é Jesus Cristo feito homem. Quem diz que crê em Deus e «não vê» o seu irmão engana-se.

       ... a maior exclusão consiste em nem sequer «ver» o excluído - aquele que dorme na rua não é visto como pessoa, mas como parte do lixo e dos restos abandonados da paisagem urbana, da cultura descartável, do «camião do lixo» - a cidade humana cresce com o olhar que «vê» o outro como concidadão.
       O nosso Deus vive na cidade e Se mistura na sua vida quotidiana, não discrimina nem relativiza. A sua verdade é a do encontro que descobre rostos e casa rosto é único. Incluir pessoas com rosto e nome próprios não implica relativizar valores nem justificar antivalores... o olhar de amor não discrimina nem relativiza, porque é misericordioso e a misericórdia cria maior proximidade....

       Para concluir, podemos dizer que o olhar do crente sobre a cidade se resolve em três atitudes concretas:
  • Sair de si ao encontro do outro resolve-se em proximidade, em atitudes de proximidade. O nosso olhar tem de ser sempre um olhar que sai e que é próximo. Não autorreferencial, mas transcendente;
  • O fermento e a semente da fé resolvem-se no testemunho. Dimensão martirial da fé;
  • O acompanhamento resolve-se na paciência, na hypomonê, que acompanha processos sem maltratar os limites...
in Jorge Maria Bergoglio/Papa FRANCISCO, Só o amor nos salvará.

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