sexta-feira, 1 de novembro de 2013

Joseph Ratzinger - julgar os vivos e os mortos

«A julgar os vivos e os mortos» significa também que, em última instância, só a Ele cabe julgar. Por isso temos a certeza de que não será a injustiça deste mundo que terá a última palavra, e que ela não será toda apagada indiscriminadamente num ato generalizado de graça. Existe uma última instância de apelação que guarda a justiça para poder realizar o amor. Um amor que destruísse a justiça criaria injustiça, e isso faria dele uma caricatura do amo. O verdadeiro amor é superavitário de justiça, numa abundância que ultrapassa a justiça, mas que nunca constitui destruição daquela justiça que deverá ser e continuar a ser a forma fundamental do amor…

“… A certeza de que será Jesus quem vai julgar associa automaticamente à ideia do juízo o aspeto de esperança… comos seria de esperar, não é simplesmente Deus, o Deus infinito, desconhecido, eterno quem irá julgar; o julgamento foi confiado a Alguém que, como ser humano, é nosso irmão. Não será um estranho que nos julgará, e sim Aquele que conhecemos pela fé. Assim, o juiz não surgirá diante de nós como um ser totalmente desconhecido, será um de nós, que conheceu e sofreu a existência humana no seu íntimo”.

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