sexta-feira, 13 de dezembro de 2013

Papa Francisco - Alegria do Evangelho - São Tomás

       No passado dia 24 de novembro, solenidade de Nosso Senhor Jesus Cristo, Rei do Universo, e Encerramento do Ano da Fé, o Papa Francisco entregou á Igreja a Sua primeira Exortação Apostólica, A Alegria do Evangelho - Evangelii Gaudium. Resulta do Sínodo dos Bispos, realizado entre os dias 7 e 28 de outubro de 2012, presidido por Bento XVI, sobre a Nova Evangelização para a Transmissão da Fé. Habitualmente, depois do Sínodo é publicada uma Exortação, em que o Papa recolhendo e sintetizando os propósitos do Sínodo, apresenta as linhas de força, neste caso, para a vivência da fé, no contexto atual.
       Como é do conhecimento geral, Bento XVI resignou à missão de Papa, sendo eleito um novo Papa, em 13 de março, como título de Francisco, a quem coube elaborar esta Exortação que vivamente recomendamos. O documento anterior, a Encíclica Lumen Fidei, ainda que a assinatura seja de Francisco, foi preparada e enformada por Bento XVI, recolhendo algumas notas/impressões pessoais de Francisco. A Exortação é toda ela da lavra de Francisco.
       Muito já se disse e continua a dizer desta Exortação, pelo que aqui traga apenas um ou outro sublinhado.
       Em primeiro lugar, e para quem gosta muito de comparações, ficam claro que não são relevantes. Cada Papa tem a sua maneira de ser e de pastorear. Mas as diferenças não são tamanhas como as semelhanças. Num e noutro, em Bento XVI e em Francisco, vêm ao de cima a grande fé e proximidade a Jesus Cristo e à Sua palavra de amor. Escrevem de forma simples, direta, acessível, envolvente, cuja mensagem é claramente perceptível. Cada Papa traz o seu cunho pessoal. Não foi diferente de Bento XVI, não é diferente de Francisco. Se alguma diferença se nota, talvez o facto de o discurso de Francisco não ser não sistemático, mas mais ao correr da pena.
       Como em muitos documentos papais anteriores, também este se socorre dos Predecessores, como João XXIII, Paulo VI, João Paulo II, Bento XVI.
       Da minha leitura, agradável e viciante, verifiquei outra diferença: Bento XVI cita muito Santo Agostinho, sobre quem escreve, reflete, promove; Francisco escreve e cita com maior frequência São Tomás de Aquino. Para Francisco, a Suma Teológica é uma referência constante. Santo Agostinho para já está mais escondido.
       Evangelho significa precisamente Boa Notícia, capaz de suscitar alegria, essencial ao anúncio do Evangelho. Quem acolhe Jesus, fá-lo com alegria, que há de transbordar para os outros, em compromissos de serviço e de caridade.
       Há toda uma linguagem e termos que Francisco tem vindo a vincar: cultura do encontro, cuidado dos mais frágeis, educação e cultura, a cultura do descarte, contrapondo com a cultura da proximidade...
       Mais um belíssimo texto que infunde esperança, mobilizando a vivência alegre e comprometida da fé, no mundo atual.

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