sexta-feira, 31 de julho de 2015

Sacramento do Crisma na Paróquia de Távora

       No dia 25 de julho, a Paróquia de São João Batista de Távora, na Zona Pastoral de Tabuaço, acolheu o Senhor Bispo, D. António Couto, para a celebração do Sacramento do Crisma, a 18 jovens, entre os 15 e os 21 anos de idade. Há pouco mais de 4 anos, a 6 de fevereiro de 2011, D. Jacinto Botelho, então Bispo de Lamego, e dentro da Visita Pastoral à Paróquia, administrou o Crisma a 10 jovens.
       Este ano o grupo foi um pouco maior, juntando os jovens que se situavam acima dos 15 anos, uns com 10 anos de catequese, outros com uma formação mais próxima e orientada para o sacramento do Crisma, outros vindos da emigração, onde frequentam a catequese e a Santa Missa.
       Na véspera, dia 24 de julho, D. António Couto deslocou-se a Távora para um encontro de preparação para o Sacramento do Crisma. Por um lado com o propósito de haver uma maior cumplicidade na celebração entre os jovens e o Senhor Bispo e, por outro, oportunidade para D. António sublinhar os aspetos mais relevantes para os que celebram o Crisma. D. António insistiu na necessidade dos jovens ser ousados, teimosos, desenvergonhados para viverem e anunciarem Jesus Cristo, com alegria, com a leveza da pomba, um dos símbolos do Espírito Santo, para voarem comprometendo-se a viver como Jesus, próximo, terno, compassivo, amigo. Mais do que saber o catecismo todo, importa sobretudo viver ao jeito de Jesus Cristo, e mãos abertas para tudo receber de Deus, que tudo nos dá, e partilhar com os outros, a vida, a amizade, o amor.
       Chegado o sábado, pela tarde, a comunidade de Távora reuniu-se para receber o Senhor Bispo, junto à Igreja Paroquial, para de seguida participar na celebração do Crisma de alguns dos seus membros.
       Durante a Eucaristia, os crismandos colocaram em destaque alguns momentos como o Ato Penitencial, durante o qual simbolicamente queimaram alguns pecados; o ofertório com sinais e símbolos para acentuar a ligação ao batismo e à vivência do Crisma, bem como o compromisso em viver ao jeito de Jesus, que Se entregou por inteiro, dando a Sua vida por nós e que de novo Se dá na Eucaristia. No final da Eucaristia, momento habitual de agradecimentos, com uma palavra de especial carinho para a catequista que ao longo dos anos se tem dedicado no serviço da catequese, a favor da comunidade.
       O momento mais importante, como seria de esperar, foi a administração do Crisma dos 18 jovens, que se fizeram acompanhar dos respetivos padrinhos. Um pouco antes a invocação do Espírito – as mãos abertas de Deus, para com as nossas mãos abertas recebermos e partilharmos –, seguindo-se a crismação, com a unção com o óleo santo, na fronte de cada jovem, com nome e com rosto.
       Durante a homilia, D. António Couto, partindo das leituras do XVII Domingo do Tempo Comum, refletindo particularmente no Evangelho da multiplicação dos pães e dos peixes, a todos, especialmente aos crismandos, convocou para esta multiplicação, melhor para esta condivisão com os outros. Partilhando o pouco, multiplica-se por muitos e sobra tudo (12 cestos). A Palavra de Deus distribui-se, partilha-se, mas não se gasta. O Pão da Eucaristia, partilha-se e não se esgota.
       D. António Couto, fazendo perguntas pontuais, interagindo com a assembleia, provocando-a com respostas, frisou bem que o milagre descrito no Evangelho era sobretudo o da partilha, pois em nenhuma parte se fala em multiplicação. É uma condivisão gratuita. Filipe e os demais discípulos e nós também fazemos contas. Tantas pessoas, e logo vemos que não temos dinheiro. Onde compraremos pão para tanta gente? Pergunta de Jesus aos discípulos. Fazem contas às pessoas e ao dinheiro. Quando falamos em comprar pensamos em dinheiro e no shopping, ou numa loja, onde se vende o pão. Jesus fala em comprar sem dinheiro, relendo a página de Isaías: «Todos vós que tendes sede, vinde às águas! Vós, que não tendes dinheiro, vinde! Comprai cereal e comei! Comprai cereal sem dinheiro, e sem pagar, vinho e leite. (…) Ouvi-me, ouvi-me, e comei o que é bom!» (Isaías 55,1-2).
       Outras das páginas citadas foi do diálogo de Jesus com a Samaritana. Os discípulos vão comprar alimentos. Vão ao Shopping. Enquanto vão Jesus conversa com a Samaritana a quem pede água, para de seguida lhe oferecer água que jorra até à vida eterna. Quando os discípulos regressam com alimentos, Jesus não quer comer. Olham uns para os outros e murmuram sobre quem lhe terá trazido comida. Porém, o alimento de Jesus não é da ordem do comprar, em que se situa os discípulos e em que nos situamos, mas no cumprir a vontade do Pai.
       O nosso Bispo convidou a acolher bem os pequeninos – era um miúdo que tinha os cinco pães e os dois peixes, e que não contavam – e os velhinhos, pois para Jesus todos contam, pois todos têm dons de Deus, que tudo dá, para que partilhemos o dom, com alegria e ousadia, e desavergonhadamente, sublinhou novamente D. António, os jovens, e todos os cristãos, anunciem Jesus, em casa, na escola, no trabalho. Comprometam-se na Igreja – catequese, limpeza, coral, acólitos e outras tarefas importantes – mas sobretudo saiam a anunciar Jesus Cristo e a alegria de ser cristão.
      No final da Eucaristia, um pequeno lanche de confraternização entre os crismados, assinalando a alegria desta celebração e a presença amigo do Bispo diocesano, D. António Couto, com o convite que volte mais vezes.

1 comentário:

  1. Um dia muito especial para a comunidade de Távora, que presenciou este ato católico, com a presença de D. António Couto, bispo de Lamego.

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