quarta-feira, 4 de julho de 2018

Santa Isabel de Portugal

Nota biográfica:
       Filha dos reis de Aragão, nasceu em Saragoça, Espanha, em 1271. Uniu-se em matrimónio ao nosso Rei D. Dinis, em 1282, e vem viver para Portugal. Teve dois filhos. Dedicou-se de modo singular à oração e às obras de misericórdia, e suportou infortúnios e dificuldades com grande fortaleza de ânimo. É tida como um anjo de paz, no seio da família real, mas sobretudo reconhecida pela atividade a favor dos necessitados, especialmente durante a grande fome de 1333.
       Depois da morte de seu marido, D. Dinis, em 1325, distribuiu os seus bens pelos pobres fixa-se no Mosteiro de Santa Clara, em Coimbra, tomando o hábito da Ordem Terceira de Santa Clara, e dedicando-se à oração e aos pobres.
       Morreu em 4 de Julho de 1336, quando mediava o conflito entre o seu filho e o seu genro. Foi canonizada pelo Papa Urbano VIII, em 25 de Maio de 1625.

Oração de Coleta: 
       "Senhor nosso Deus, fonte de paz e de amor, que deste a Santa Isabel de Portugal o dom de reconciliar os homens desavindos, concedei-nos, por sua intercessão, a graça de trabalhar ao serviço da paz para sermos chamados filhos de Deus. Por Nosso Senhor..."
De um Sermão atribuído a São Pedro Crisólogo, bispo

Bem-aventurados os pacíficos

Diz o Evangelista: Bem-aventurados os pacíficos, porque serão chamados filhos de Deus. Com razão florescem as virtudes cristãs naquele que possui a harmonia da paz cristã, porque não merecem o nome de filhos de Deus senão os que trabalham pela paz.
É a paz, caríssimos, que liberta o homem da sua condição de escravo e lhe dá o título de livre, que muda a sua condição perante Deus, transformando-o de servo em filho, de escravo em homem livre. A paz entre os irmãos é a realização da vontade de Deus, a alegria de Cristo, a perfeição da santidade, a norma da justiça, a mestra da doutrina, a guarda dos bons costumes e a justa ordem em todas as coisas. A paz é a recomendação das nossas orações, o caminho mais fácil e eficaz para as nossas súplicas, a realização perfeita de todos os nossos desejos. A paz é a mãe do amor, o vínculo da concórdia e o claro indício da pureza da alma, capaz de exigir de Deus tudo o que quer: pede tudo o que quer e recebe tudo o que pede. A paz deve conservar-se a todo o custo, segundo os mandamentos do nosso Rei. É o que diz Cristo nosso Senhor: Deixo-vos a paz, dou-vos a minha paz. O que equivale a dizer: «Deixo-vos em paz, em paz vos quero encontrar». Ele quis dar, ao partir, aquilo que deseja encontrar em todos no seu regresso.
É mandamento do Céu conservarmos a paz que nos foi dada; uma só palavra resume o que desejou Cristo na despedida: voltar a encontrar o que nos deixou. Plantar e enraizar a paz é obra de Deus; arrancá-la de raiz é obra do Inimigo. Porque, assim como o amor fraterno provém de Deus, assim o ódio vem do demónio. Por isso devemos apartar de nós toda a espécie de ódio, pois está escrito: Quem odeia o seu irmão é homicida.
Vedes portanto, amados irmãos, a razão por que devemos amar a paz e estimar a concórdia: são elas que geram e alimentam a caridade. Sabeis, como diz o Apóstolo, que a caridade vem de Deus. Está, portanto, longe de Deus quem não tem caridade.
Por conseguinte, irmãos, guardemos estes mandamentos que são fonte de vida, Procuremos conservar-nos sempre unidos no amor fraterno pelos laços duma paz profunda e fortalecer o amor recíproco mediante o salutar vínculo da paz, que cobre a multidão dos pecados. Seja a maior aspiração da nossa alma este amor fraterno, que traz consigo todo o bem e todo o prémio. A paz é virtude que devemos conservar com grande empenho, porque onde há paz aí habita Deus.
Amai a paz e em tudo encontrareis tranquilidade de espírito. Deste modo assegurareis o nosso prémio e a vossa alegria, e a Igreja de Deus, fundada na unidade da paz, manter-se-á fiel aos ensinamentos de Cristo.

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