quinta-feira, 30 de junho de 2016

Festa de São João Batista - Padroeiro do Município

       O Município de Tabuaço tem como Padroeiro São João Batista, que se celebra a 24 de junho. Também os concelhos limítrofes, São João da Pesqueira, Armamar, Moimenta da Beira, têm São João como Padroeiro, sendo o dia feriado Municipal.
       A paróquia acolhedora é a da Vila de Tabuaço, Paróquia de Nossa Senhora da Conceição. Além da festa mais popular, a festa passa também pela dimensão religiosa, com a celebração da Santa Missa e da Procissão, com as imagens dos Padroeiros das Paróquias que constituem esta Zona Pastoral / Concelho de Tabuaço, bem como os padroeiros de alguns lugares anexos das paróquias.
       Além o Pároco, a presença amiga dos reverendos Padres Ildo e Luís António. O primeiro, pároco de Arcos e de Chavães; o segundo, pároco de Sendim, Granjinha e Paradela. Como Pregador, o reverendo Pe. António Jorge Giroto, Pároco de Leomil, Alvite e Sever, na Zona Pastoral de Moimenta da Beira.
        No decorrer da Eucaristia, no momento da homilia, o Pe. Giroto sublinhou a necessidade de viver a alegria que nos vem da fé, alegria interior, porque salvos em Jesus Cristo, e a alegria que se extreoriza na festa e no convívio. João Batista experimenta a alegria do encontro com Jesus ainda no ventre materno. Como João Batista, cada um de nós deve apontar para Jesus. A propósito uma pequena estória. Quando Jesus era aclamado na entrada triunfal na cidade de Jerusalém, o burro inclinou a cabeça em atitude de agradecimento, pensando que as palmas e os louvores eram para ele. Risco que podemos correr, quando não apontamos para Jesus. Apontamos Deus aos outros, e apontamo-l'O também para nós.
       Algumas fotos da celebração da Santa Missa e da Procissão:

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Primeiros santos mártires da Igreja de Roma

Nota biográfica:
       Na primeira perseguição contra a Igreja, desencadeada pelo imperador Nero, depois do incêndio da cidade de Roma no ano 64, muitos cristãos foram martirizados com atrozes tormentos. Este facto é atestado pelo escritor pagão Tácito (Annales 15, 44) e por S. Clemente, bispo de Roma, na sua Epístola aos Coríntios (cap. 5-6).
     Ontem celebrávamos o martírio de São Pedro e de São Paulo, Apóstolos, cuja importância e visibilidade os coloca como como testemunhas e modelos para a Igreja de Roma e, consequentemente, para toda a Igreja. Pedro e Paulo foram mortos nesta perseguição de Nero aos cristãos romanos. Mas além deles, mais conhecidos, muitos outros cristãos, só porque o eram, forma mortos.


Oração de coleta:
       Senhor nosso Deus, que consagrastes pelo sangue dos mártires os grandiosos princípios da Igreja de Roma, fazei que a sua coragem no combate nos alcance uma força invencível e a alegria da vitória. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.

Epístola de São Clemente, papa, aos Coríntios

Sendo vítimas de fanatismo iníquo, deram-nos um magnífico exemplo de fidelidade
Deixemos os exemplos dos antigos e falemos dos nossos atletas mais recentes; apresentemos os exemplos generosos do nosso tempo. Vítimas do fanatismo e da inveja, os que eram as maiores e mais santas colunas da Igreja sofreram perseguição e tiveram de combater até à morte.
Ponhamos diante dos nossos olhos os bons Apóstolos. Por causa dum fanatismo iníquo, Pedro teve de suportar duros tormentos, não uma ou duas vezes, mas muitas; e, depois de sofrer o martírio, passou para o lugar que lhe era devido na glória. O mesmo fanatismo e rivalidade deu a Paulo ocasião para alcançar o prémio da paciência: sete vezes lançado na prisão, exilado e apedrejado, tornou-se o pregoeiro da palavra no Oriente e no Ocidente e conseguiu uma extraordinária fama com a sua fé. Depois de ensinar ao mundo inteiro o caminho da justiça e de chegar até aos confins do Ocidente, sofreu o martírio que lhe infligiram as autoridades e partiu deste mundo para o lugar santo, deixando-nos um exemplo perfeito de paciência.
A estes homens, mestres de vida santa, juntou-se uma grande multidão de eleitos, que, vítimas de ódio iníquo, sofreram muitos suplícios e tormentos, e assim se converteram para nós num magnífico exemplo de fidelidade. Vítimas do mesmo ódio, sofreram perseguição muitas mulheres, como Danaides e Dirces, que, suportando graves e horríveis suplícios, correram até ao fim a árdua carreira da fé e, sendo fracas de corpo, receberam o nobre prémio do triunfo. O fanatismo dos perseguidores separou esposas dos maridos, alterando o que disse nosso pai Adão: É osso dos meus ossos e carne da minha carne. O fanatismo e a rivalidade destruíram grandes cidades e fizeram desaparecer numerosas povoações.
Escrevemo-vos isto, caríssimos, não só para vos recordar os deveres que tendes, mas também para nos incitarmos a nós próprios. Encontramo-nos na mesma arena e combatemos o mesmo combate. Deixemos portanto as preocupações inúteis e vãs, e voltemo-nos para a norma gloriosa e venerável da nossa tradição, para compreendermos o que é belo, o que é bom, o que é agradável ao nosso Criador. Fixemos atentamente o nosso olhar no Sangue de Cristo e reconheçamos como é precioso perante Deus o seu Sangue, que, tendo sido derramado pela nossa salvação, alcançou para o mundo inteiro a graça da conversão.

terça-feira, 28 de junho de 2016

Salva-nos, Senhor, que estamos perdidos

       Jesus subiu para o barco e os discípulos acompanharam-n’O. Entretanto, levantou-se no mar tão grande tormenta que as ondas cobriam o barco. Jesus dormia. Aproximaram-se os discípulos e acordaram-n’O, dizendo: «Salva-nos, Senhor, que estamos perdidos». Disse-lhes Jesus: «Porque temeis, homens de pouca fé?». Então levantou-Se, falou imperiosamente ao vento e ao mar e fez-se grande bonança. Os homens ficaram admirados e disseram: «Quem é este homem, que até o vento e o mar Lhe obedecem?» (Mt 8, 23-27).
       Um momento de provação. Jesus chama os seus discípulos para uma aventura extraordinária de descoberta, de encontro, de abertura aos outros e ao Totalmente Outro, ou numa expressão muito feliz, ao Totalmente Próximo. Desafia os limites, convida à utopia, trabalha a mente e o coração daqueles que chama, para no final os enviar ao mundo inteiro, destemidos, confiantes, a anunciar/testemunhar a Boa Notícia da salvação. É um sonho. É mistério. Entra na grandeza e na beleza de Deus. Porquanto é tempo de tornar mais firme o seguimento e a fé.
       Jesus vai para a outra margem. Para a nossa margem. Caminha. Leva-nos conSigo. Vamos com Ele no barco. Quando vêm as ondas, o mar revolto, julgamos que Deus está a dormir. Não nos ouve. Já tem muito com que se preocupar. Ou, então, não mereço que Ele escute as minhas preces. No entanto, Jesus vai no barco. Deus caminha connosco.
        Há momentos em que não nos resta muito. Não sabemos o que fazer. Parece que tudo corre mal. É uma tempestade enorme a acontecer na nossa vida. Nessa hora, entreguemo-nos confiantes ao Senhor. Não nos acanhemos a pedir e como discípulos supliquemos-Lhe: «Salva-nos, Senhor, que estamos perdidos». E quase sem nos darmos por isso as águas caudalosas começarão a obedecer-lhe e o nosso coração a ganhar a serenidade para enfrentar outras tormentas.
       Não cessemos de rezar. Deus há de atender-nos. Estejamos atentos. Coloquemo-nos à escuta. Deixemos que Ele grite em nós o Seu amor. Ainda que seja fraca a nossa fé, não tememos que Ele está connosco. E se Ele está connosco, como há de ser grande, a transbordar, a nossa alegria e confiança, e a nossa vontade de viver a vida como dom, como tarefa, como entrega, transformando o sonho de Deus em vivência quotidiana.

sábado, 25 de junho de 2016

XIII Domingo do Tempo Comum - ano C - 26 de junho

       1 – Seguir Jesus é a vocação primeira do cristão. Não por capricho. Não para quando dá jeito. Não para ser socialmente beneficiado. Não para ter estatuto, sabendo que também hoje, como ontem, o cristão é olhado com desconfiança, murmurando-se sobre os seus propósitos e seriedade, sobre a sua coerência e seu compromisso com a justiça e com a verdade.
       É uma resposta ao chamamento de Deus. É um encontro com Jesus, crucificado-ressuscitado. É uma opção para sempre, para todas as ocasiões. Não há meio-termo. Ou se é discípulo ou é-se outra coisa qualquer. Ou se é apóstolo ou apóstata. Há uma luz que brilha dentro, a partir do interior, que nos transforma e que, como por osmose, atrai os outros. Como bem sublinhou o Papa Bento XVI sobre o cristianismo e a transmissão da fé, esta far-se-á por atração e não por proselitismo ou imposição.
       Obviamente que há um caminho a fazer-se, conscientes que Ele segue connosco, amparando-nos na fragilidade, dando-nos a mão na queda, levantando-nos, desafiando-nos a continuar. Para chegarmos a ser o que somos pelo batismo, precisamos de tempo, de todo o tempo que tem a nossa vida, não estando isentos de tropeçar, reconhecendo, porém, que maior que o nosso pecado é a Sua misericórdia infinita.
       Seguir Jesus implica-nos por inteiro, corpo e espírito. Independentemente das circunstâncias mais favoráveis ou mais adversas. Por vezes apetece ficar por casa a ver a bola ou a novela. Porque está muito frio. Porque está muito calor. Porque chegou uma visita! Seguir Jesus não dá direito a folgas nem a descanso nem a férias nem a reservas. Ser cristão é colocar no seguimento tudo o que somos: as nossas dúvidas, incertezas, os nossos projetos, os nossos fracassos, as nossas lutas e conquistas, o melhor de nós mesmos. Não somos cristãos de parêntesis. Havendo momentos em que somos cristãos e momentos em que deixamos de o ser por nos ser conveniente. Colocar a nossa fé num parêntesis, uma hora ao sábado ou ao domingo ou numa ocasião festiva. E depois vivemos como nos dá na real gana. Não dá para ser cristão dentro Igreja e não o ser ao sair da Igreja.
       Ser cristão é seguir Jesus Cristo e deixar que Ele vá connosco para onde formos e onde estivermos. Se errarmos, pecando, Ele é e continuará a ser o nosso primeiro e maior amigo. Julgar-nos-á com a Sua misericórdia, para nos ressuscitar.
       2 – Jesus vai mostrando as condições do seguimento e do discipulado. Como a mulher pecadora, reconhecer as próprias fragilidades, colocar-se aos pés de Jesus (como depois Maria, irmão de Marta e de Lázaro), para O escutar, para O conhecer, para sentir o Seu Coração a pulsar. Renunciar a Si próprio, nas variantes de egoísmo, tomar a própria cruz, com as suas sombras e luzes, e estar disposto a perder a própria vida para ganhar a vida em Jesus Cristo, aqui e para a eternidade.
       Hoje, no evangelho, Jesus deixa claro, para o caso de ainda existirem dúvidas, que o seguimento faz-se de docilidade e de firmeza. Docilidade quanto se trata de comunicar aos outros a fé em Jesus Cristo. De firmeza quando Jesus nos bate à porta.
       Depois de lhes ter dito que o Filho do Homem vai ser rejeitado pelos anciãos, pelos príncipes dos sacerdotes e pelos escribas, e será morto, para três dias depois ressuscitar, preparando-os para o que lá vem, Jesus decide prosseguir em direção a Jerusalém. Envia alguns mensageiros à sua frente à procura de hospedagem. Mas como outrora aconteceu em Belém, também agora não encontram quem os hospede. Sublinha o evangelista que também eles iam a caminho de Jerusalém. João e Tiago reagem intempestivamente: «Senhor, queres que mandemos descer fogo do céu que os destrua?» Como é possível que alguém se recuse a acolher Jesus? Ou acolhem-n'O ou que Deus os castigue! A reprimenda de Jesus a João e a Tiago – tal como a Pedro: Vai-te da minha frente, Satanás –, é clarificadora. Não é com violência que se responde às contrariedades!
       Seguem por outras povoações. Pelo caminho, há pessoas que se aproximam de Jesus, falando em segui-l’O ou respondendo ao Seu chamamento com algumas condições, como sepultar um familiar ou despedir-se da família. A uns e a outros, Jesus responde: «As raposas têm as suas tocas e as aves do céu os seus ninhos; mas o Filho do homem não tem onde reclinar a cabeça... Deixa que os mortos sepultem os seus mortos; tu, vai anunciar o reino de Deus... Quem tiver lançado as mãos ao arado e olhar para trás não serve para o reino de Deus».
       3 – A prioridade é o seguimento. Por certo que Jesus não menospreza a família e os amigos. Mas nada se pode intrometer entre nós e Jesus.
       Na primeira leitura podemos constatar como Elias consagra Eliseu como Profeta e seu sucessor. Lança sobre ele a sua capa. Todavia dá-lhe tempo para se despedir da família, com festejos. Eliseu andava a lavrar o campo com doze juntas de bois. Conduzia a décima segunda, que abandonou de imediato. Pede então a Elias: «Deixa-me ir abraçar meu pai e minha mãe; depois irei contigo». Elias responde favoravelmente: «Vai e volta, porque eu já fiz o que devia». No final, nada fica por resolver, Eliseu pode partir sem reservas, como nos diz o texto: "Eliseu afastou-se, tomou uma junta de bois e matou-a; com a madeira do arado assou a carne, que deu a comer à sua gente. Depois levantou-se e seguiu Elias, ficando ao seu serviço".
       Seguir Jesus implica que não há outras seguranças que não Ele. Ele é o garante da nossa vida presente e futura. Vale para vocações específicas. Vale para todos os cristãos. É nesta confiança que respondemos à Palavra de Deus com o salmista: "Defendei-me, Senhor: Vós sois o meu refúgio. «Vós sois o meu Deus». Senhor, porção da minha herança e do meu cálice, está nas vossas mãos o meu destino. O Senhor está sempre na minha presença, com Ele a meu lado não vacilarei. Por isso o meu coração se alegra e a minha alma exulta e até o meu corpo descansa tranquilo. Dar-me-eis a conhecer os caminhos da vida, alegria plena na vossa presença, delícias eternas à vossa direita".
       O salmo 15 é colocado na boca de um membro da tribo de Levi, que tinha a responsabilidade do Templo e do culto. A terra prometida foi subdividida por onze das doze tribos de Israel. Os membros da tribo de Levi ficaram dependentes das ofertas ao Templo. As outras tribos têm terras para cultivar e criar o gado, a Tribo de Levi tem por Terra o próprio Deus, dependendo das outras tribos e das ofertas que façam chegar ao Templo.

       4 – Seguir Jesus enraíza-nos no mundo, lado a lado como irmãos. O mesmo batismo. A mesma fé. Uma só família de Deus e para Deus. Cristo, diz-nos São Paulo, libertou-nos para a verdadeira liberdade. Esta faz-nos irmãos, para vivermos firmes na fé e na caridade, colocando-nos ao serviço uns dos outros. Isso agrada ao Senhor que veio salvar-nos. Havemos de ter sempre presente o mandamento do Amor, para nos amarmos uns aos outros como a nós mesmos, deixando-nos guiar pelo Espírito Santo. Desta forma não ficaremos prisioneiros da carne mas do Espírito do Senhor.
       O Apóstolo usa palavras fortes, alertando-nos: "Se vós, porém, vos mordeis e devorais mutuamente, tende cuidado, que acabareis por destruir-vos uns aos outros".
       Certos das nossas fragilidades e tentações, peçamos com fé: "Senhor, que pela vossa graça nos tornastes filhos da luz, não permitais que sejamos envolvidos pelas trevas do erro, mas permaneçamos sempre no esplendor da verdade".
       A verdade, por maioria de razão na Bíblia, não é abstrata, mas concretizável na caridade, no serviço aos outros, no compromisso social pela justiça.

Pe. Manuel Gonçalves


Textos para a Eucaristia (C): 1 Reis 19, 16b. 19-21; Sl 15 (16); Gal 5, 1. 13-18; Lc 9, 51-62.

quinta-feira, 23 de junho de 2016

No Reino dos Céus quem fizer a vontade do Pai!

       Disse Jesus aos seus discípulos: «Nem todo aquele que Me diz ‘Senhor, Senhor’ entrará no reino dos Céus, mas só aquele que faz a vontade de meu Pai que está nos Céus. Muitos Me dirão no dia do Juízo: ‘Senhor, não foi em teu nome que profetizámos e em teu nome que expulsámos demónios e em teu nome que fizemos tantos milagres?’. Então lhes direi bem alto: ‘Nunca vos conheci. Apartai-vos de Mim, vós que praticais a iniquidade’. Todo aquele que ouve as minhas palavras e as põe em prática é como o homem prudente que edificou a sua casa sobre a rocha. Caiu a chuva, vieram as torrentes e sopraram os ventos contra aquela casa; mas ela não caiu, porque estava fundada sobre a rocha. Mas todo aquele que ouve as minhas palavras e não as põe em prática é como o homem insensato que edificou a sua casa sobre a areia. Caiu a chuva, vieram as torrentes e sopraram os ventos contra aquela casa; ela desmoronou-se e foi grande a sua ruína». Quando Jesus acabou de falar, a multidão estava admirada com a sua doutrina, porque a ensinava como quem tem autoridade e não como os escribas (Mt 7, 21-29).
       Sermão da Montanha.
       Depois das Bem-aventuranças, o ensino da Oração do Pai-nosso, desafio a sermos sal e luz para o mundo, a não nos deixarmos iludir com os falsos profetas, aí ressoa a voz de Jesus. Neste tempo de dúvidas e incertezas, e eis que as Suas palavras ecoam nos nossos ouvidos e na nossa alma. Está quase a despedir-nos e a enviar-nos de volta ao mundo real e concreto. Antes, dá-nos os instrumentos para que possamos ser verdadeiramente Seus discípulos, lembrando-nos quão importante e essencial é a fé. Mas não uma fé qualquer, a fé em Deus que é Pai e nos criou por amor e nos chama à felicidade, nesta e na vida futura, em estreita ligação com os outros. Uma fé que nos liga à vida presente e que nos compromete com a sociedade actual, com o nosso semelhante, que tal como nós, tem as marcas de pertença a Deus e a quem devemos acolher, respeitar, amar, proteger, de quem devemos cuidar. Somos responsáveis uns pelos outros.
       São inequívocas as palavras de Jesus, não basta que tenhamos boas intenções e que até tenhamos o nome de cristãos, é necessário que a identidade nos leve à prática do bem, das boas obras, isto é, ao cumprimento da vontade de Deus que quer que todos se salvem e tenham a vida em abundância.

segunda-feira, 20 de junho de 2016

Encerramento da Catequese e Festa do Compromisso

       No dia 18 de junho, sábado, a comunidade participou na última das Festas da Catequese, do ano pastoral que decorre, 2015-2016, a Celebração do Compromisso, com os adolescentes do 9º ano da catequese. Foi também a ocasião para o Encerramento da Catequese Paroquial, ainda que falte o corolário da catequese de crianças e adolescentes que é a celebração do Crisma, marcado para o dia 16 de julho.
       Depois dos ensaios corais, o habitual horário da catequese foi preenchido por um tempo de descontracção e de convívio, com um pequeno lanche, preparado pelas Catequistas. Durante a Eucaristia, a celebração do Compromisso, com alguns gestos, simples mas significativos. No início, a colocação das Virtudes Teologais - Fé, Esperança e Caridade - , com uma breve explicação, sendo entregue, no final da Eucaristia, um cartão com as mesmas e sua explicação a cada pessoa presente. O Credo utilizado foi o batismal, prosseguindo com o compromisso dos adolescentes:
Celebrante: Amigos, é com muita alegria que vos aceito e a comunidade cristão vos recebe. Pergunto-vos agora: Quereis continuar a descobrir e a conhecer Jesus Cristo como Sentido de Vida, único e verdadeiro?
Adolescentes – Sim, quero!
Estais dispostos a contruir a vossa vida segundo os critérios do Evangelho e a testemunhar o Amor que Jesus vos tem, na vossa família, na escola e junto dos vossos amigos?
Adolescentes – Sim, estou!
E quereis comprometer-vos na renovação e construção da nossa comunidade paroquial, para assim serdes cada vez mais “pedras vivas” do Templo do Senhor?
Adolescentes – Sim, quero!
Damos graças a Deus por vós. Animados pelo Espírito de Deus, continuai nesse esforço de encontro pessoal e comunitário com Jesus Cristo e deixai-vos conduzir por Ele, na fidelidade e na esperança. Quereis comprometer-vos com Jesus Cristo?
Adolescentes – Sim, quero!
No Ofertório, alguns gestos que apontam para o Compromisso:
CAJADO: Esta cajado simboliza o nosso compromisso de seguirmos Jesus vivo que é para nós o Caminho, a Verdade e a Vida em abundância.
3 JOVENS ABRAÇADOS: Estes três jovens (adolescentes) reunidos num único abraço, recorda-nos o mistério da Santíssima Trindade. É sinal do nosso desejo de termos como programa de vida: vivermos unidos num grande amor.
TAÇA COM SAL: Este sal simboliza o nosso empenho em ser como o sal evangélico, mostrando como se pode viver com sabor, com alegria e com Deus que é Amor.
VELA ACESA: Esta luz simboliza o nosso empenho em ser como uma luz evangélica, iluminando as realidades terrestres com a luz que vem do Evangelho.
No momento de Ação de Graças, o poema Pegadas na Areia (Veja a propósito como nasceu este POEMA: AQUI)

Algumas fotos desta celebração:

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Cruz da Evangelização das JMJ em Tabuaço

       Nas segundas Jornadas Mundiais da Juventude, em 1987, na Argentina do atual Papa, em Buenos Aires, o Papa João Paulo II entregou 5 Cruzes da Evangelização aos jovens, para que fossem levadas para os 5 continentes, com a mensagem: “Envio-vos! Jovens, evangelizai os jovens com esta cruz da evangelização”.

       Existe a CRUZ que é conhecida como a "Cruz da Jornada Mundial da Juventude", fabricada 1983, para o Ano Santo da Redenção (25.03.1983 – 22.04.1984). Na abertura do Ano Santo, os jovens entraram com a Cruz na Basílica de São Pedro, onde permaneceu todo o Jubileu. Foi colocada junto ao sepulcro de São Pedro e estava presente nas celebrações acompanhando os grupos de peregrinos que visitavam o Vaticano. Representantes de movimentos de jovens, solicitaram ao Papa que lhes entregasse a Cruz. João Paulo II entregou-lhes a Cruz da Jornada Mundial no Domingo de Páscoa (1984), com a seguintes palavras: "Confio-vos o sinal deste ano Jubilar. A Cruz de Cristo! Levada pelo mundo como sinal do amor do Senhor à humanidade e anuncia que somente em Cristo morto e ressuscitado existe salvação e redenção".
No ano de 1987, na Jornada Mundial em Buenos Aires, a Cruz saiu pela primeira vez da Europa e já percorreu todos os continentes. Já esteve em Portugal, percorrendo as Dioceses portugueses, tendo estado também na Diocese de Lamego. Antes da JMJ em Madrid (2011) esteve em Portugal, entre 9 e 19 de agosto de 2010.
Desde 14 de abril de 2014, a Cruz e o ícone da Virgem Salus Populi Romani têm percorrido as dioceses da Polónia, onde se realizará a próxima Jornada Mundial, centrando-se sobretudo em Cracóvia. A Cruz anuncia e ajuda a preparar a Jornada Mundial.

       A cruz da Europa foi entregue a Portugal. Esta cruz revela um simbolismo intenso por ser a cruz da primeira jornada fora de Roma e por ter sido entregue a Portugal. Essa cruz quando chegou a Portugal esteve em peregrinação por quase todas as dioceses do país, avançando para Espanha.Se a Cruz das Jornadas Mundiais percorre a Polónia, a Cruz da Evangelização, confiada ao continente europeu, está a percorrer as dioceses portuguesas. Entre 13 de 19 de junho, esteve na Diocese de Lamego.
       A paróquia de Tabuaço recebeu-a no passado dia 17 de junho, durante a Eucaristia semanal, com a presença do Grupo de Jovens, promovendo, à noite, uma Vigília de Oração, coordenada pelo Anthony. A Cruz marcou presença ainda na Missa da tarde de sábado, 18 de junho, com o Grupo de Jovens a confiá-la à Paróquia de Almacave, onde participaram também na Eucaristia.

       Algumas imagens:
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LEITURAS - Lucien Israël . CONTRA A EUTANÁSIA

LUCIEN ISRAËL (2016). Contra a Eutanásia. Lisboa: Multinova. 136 páginas.
       A temática da Eutanásia, a suposta defesa da dignidade humana, através da morte induzida a quem nos parece estar a sofrer, por decisão do próprio ou da família, ou por opção médica... volta a estar na moda para alguns partidos políticos... Depois da introdução de temas fraturantes, na sociedade portuguesa, voltam-se agora para a Eutanásia, colocando-a em paralelo com o aborto ou a defesa dos animais... infelizmente vai chegar o tempo e já chegou, que é crime matar ou maltratar um animal, mas é legal e justo maltratar e matar um ser humano.
       Vejamos algumas razões por que Lucien Israël é contra a eutanásia e a favor da vida e da dignidade da pessoa:
  • Os defensores da despenalização/liberalização da eutanásia são pessoas saudáveis 
  • Quando ficam doentes, os defensores da eutanásia, deixam de a pedir para si próprios 
  • Os idosos holandeses têm emigrado para a França ou outros países onde a eutanásia não é legalmente aceite 
  • Os familiares, por motivos diversos, por cansaço, porque a pessoa doente ou idosa se tornou um fardo, porque não querem deparar-se com o sofrimento e com a morte, desejam a eutanásia, isto é, a morte para os seus familiares... porque adiar por 6 meses se já não vai sobreviver... 
  • Seis meses, diz o autor, pode significar, novas terapêuticas, e ganhar 4 ou 5 anos, ao fim dos quais podem ter surgido novos fármacos capazes de dar mais qualidade e mais tempo à vida 
  • Como médico oncologista, o autor só se deparou com um caso de pedido expresso do próprio doente... 
  • A longevidade da vida... 4 gerações que podem ser 5 que convivem... fardo para a Segurança Social e para os sistemas de providência e seguro, que tornam oneroso a sobrevivência dos mais idosos ou das pessoas doentes... 
  • Com o avanço da medicina, é possível aliviar os sofrimento de maneira aceitável, ainda que se aumentem as doses e em consequência se possa diminuir o tempo de vida... 
  • Com o avanço da medicina, mais camas são ocupadas... é preciso disponibilizar camas para os que vão chegando... 
  • A aposta na eutanásia vai significar a não-aposta na medicina, na investigação, nos cuidados paliativos. A eutanásia pode ter mais motivos económico-financeiros que compaixão pela pessoa em sofrimento. 
  • O pedido da eutanásia muitas vezes é uma cedência aos familiares, para não se ser um fardo, um estorvo... deixam-se convencer... um exemplo de uma mulher com uma doença terminal... os filhos, vendo que não haveria cura, convenceram a mãe que era melhor acabar com a vida, para ela e, sobretudo para os filhos, ela aceitou, já que os filhos achavam que era o melhor... 
  • Muitos dos defensores da eutanásia colocam-se como defensores da liberdade e todos os que não estão de acordo são retrógradas, conservadores, ditatoriais... 
  • Os médicos estão no lado da vida, da defesa da vida, procurando com a sua arte ajudar as pessoas, curando-as, aliviando-lhes o sofrimento, dando sentido às suas vidas... os médicos não podem tornar-se carrascos... quem irá confiar num médico, em quem confia e coloca a vida, sabendo que em algum momento esse médico optará pela morte?! 
  • A solidariedade intergeracional começa a estar em causa. A eutanásia significa que as gerações anteriores estão em risco, porque as mais novas não se comprometem com a sua sobrevivência... porquê gastar dinheiro em centros de cuidados paliativos quando se pode acabar com o sofrimento dos outros, herdar mais cedo o que lhe pertencerá posteriormente e aliviando o peso da Segurança Social?
       Lucien Isräel, um não-crente e homem da ciência. Este francês foi médico e professor universitário de Pneumologia e Oncologia. Deu aulas em França, Estados Unidos da América, Canadá e Japão. Fez parte também de várias organizações da área da oncologia e da investigação, chegando mesmo a fundar o Laboratório de Oncologia Celular e Molecular Humana, em Paris. Foi membro da Academia de Ciências de Nova Iorque.
       É um livro-entrevista, publicado em França em 2002, mas com uma atualidade surpreendente.

sábado, 18 de junho de 2016

XII Domingo do Tempo Comum - ano C - 19 de junho

       1 – Seguir Jesus é a vocação primeira do cristão. Não para uma fase da vida ou para as situações favoráveis. É para toda a vida e em todo o tempo. Seguir Jesus com todas as forças e sem reservas! No decorrer do seguimento poderão surgir vocações específicas, em prol do bem da comunidade, mas o ponto de partida é o mesmo para todos: seguir Jesus.
       Ao longo da Sua vida pública, Jesus clarifica as condições do seguimento, pelas palavras, com a Sua postura, o Seu jeito de amar, de Se fazer próximo e de nos dar Deus, revelando-nos a Sua misericórdia infinita. Não guarda para Si alguma informação útil. Comunica com clareza e com amor. Não promete facilidades. Não adorna os tempos que estão para chegar. O discípulo não é maior que o Mestre! Se a Mim perseguem, também a vos hão de perseguir! Levar-vos-ão aos tribunais, injuriar-vos-ão e hão de matar-vos, pensando que fazem um favor a Deus. Não temais. Eu venci o mundo. Eu estarei convosco até ao fim dos tempos (cf. 15, 18-20; Jo 16, 1-13.33; Mt 28, 20).
       A atitude da mulher pecadora, que lava com as suas lágrimas os pés de Jesus, é um paradigma do discípulo. Vem, coloca-se por de trás, aos pés de Jesus. O discípulo não pode afastar-Se de Jesus, com o sério risco de se perder, desorientando-se. Por perto, para O escutar e para O imitar.
       2 – Jesus está em oração. Os discípulos estão por perto. Uma pausa para o descanso. Jesus aproveita para explicar melhor a Sua mensagem, para tirar dúvidas, para os questionar. Hoje coloca-lhes duas questões: «Quem dizem as multidões que Eu sou?» e «E vós, quem dizeis que Eu sou?».
       Pode haver, também da nossa parte, uma certa curiosidade em saber o que dizem a nosso respeito, o que pensam de nós! Tornar-se-á doentio a partir do momento em que vivemos em função do que os outros possam pensar e não dos nossos princípios e ideais. Como seres humanos, a viver em sociedade, devemos ser o mais assertivos possível, isso implica também o cuidarmos de nós, do nosso corpo, da nossa higiene, do vestuário. Com conta, peso e medida! Não é o mesmo estarmos a ver um jogo de futebol ou a vivermos a Eucaristia; não é o mesmo estar na tasca ou na Igreja.
       À primeira pergunta, os discípulos respondem: «Uns, dizem que és João Baptista; outros, que és Elias; e outros, que és um dos antigos profetas que ressuscitou». É uma resposta indiferente, uma informação. Os outros dizem... Ouvimos dizer... Diz-se por aí…
       Se soubéssemos tudo o que os outros dizem de nós e vivêssemos em função disso, procurando alterar ou confirmar o que se diz, tornar-nos-íamos psicóticos, doentes, uns fracassados!
       Para Jesus também não é muito importante o que se diz em abstrato a Seu respeito, sabendo que em alguns momentos é considerado ébrio, glutão, endemoninhado, blasfemo, ao ponto dos familiares estarem dispostos a retirá-lo do convívio público, levando-O para casa.
       Mais pessoal e comprometedora é a segunda questão, à qual, em nosso nome, responde Pedro: «És o Messias de Deus». É a nossa profissão de Fé. É a identidade de Jesus, o Messias (Cristo) de Deus. Não é um conhecimento imparcial. Implica-nos. Envolve a nossa fé e a nossa ligação a Jesus. Se acreditamos que Ele é o Messias de Deus, então teremos que agir em conformidade. Estamos dispostos a segui-l'O na adversidade e na bonança?
       3 – Imaginemo-nos no tempo dos Reis e das Princesas. Ouvimos falar no Rei, na presença de um enviado, de uma mensagem, ou na sua proximidade, e predispomo-nos a assumir uma postura e gestos que mostrem claramente o quanto respeitamos o rei ou os seus enviados.
       Se temos diante de nós o Rei do Universo, o Messias de Deus, por maioria de razão, havemos de adotar uma postura que mostre o quanto O amamos e, amando-O de todo o coração, o quanto queremos identificar-nos com Ele.
4 – Logo de seguida Jesus faz saber o que podem esperar aqueles que O seguirem. Se fosse político em campanha eleitoral talvez tivesse que disfarçar as dificuldades e valorizar as potencialidades e os projetos a realizar. Olhos nos olhos, diz aos seus discípulos: «O Filho do homem tem de sofrer muito, ser rejeitado pelos anciãos, pelos príncipes dos sacerdotes e pelos escribas; tem de ser morto e ressuscitar ao terceiro dia».
       No Evangelho de Marcos (8, 27-33), o primeiro a ser escrito, conserva-se a repreensão de Pedro a Jesus, e a reprimenda de Jesus a Pedro: «Vai-te da minha frente (passa para trás), Satanás, porque os teus pensamentos não são os de Deus, mas os dos homens». A nuance da tradução sublinha que o discípulo vai atrás, decalcando as pegadas do Mestre. Mal quando o discípulo se coloca à frente, tapando a vista para o Mestre, mostrando-se em vez de mostrar e testemunhar o Mestre!
       O chamamento, como o seguimento, não é apenas para um grupo restrito, mas para todos. E é a todos que Jesus se dirige, dizendo ao que vem: «Se alguém quiser vir comigo, renuncie a si mesmo, tome a sua cruz todos os dias e siga-Me. Pois quem quiser salvar a sua vida, há de perdê-la; mas quem perder a sua vida por minha causa, salvá-la-á».
       A vida só será plena e abundante no gastar-se a favor dos demais. Quem guarda tempo e dons para si, para o futuro, para ocasiões eventualmente mais favoráveis, não é discípulo de Jesus. O discípulo há de imitar Jesus, gastando-se em prol dos outros. Há mais alegria em dar do que em receber. Quem acumula para si, perde-se, porque se prende ao efémero, limitado e finito; quem se dá acumula tesouros para a eternidade. A vida é verdadeiramente minha quando a vivo na relação com os outros e com o mundo. A psicologia moderna lembra-nos que precisamos de gostar de nós para podermos gostar dos outros. O Papa Francisco tem sublinhado que gostarmos e servimos os outros nos ajuda a gostar de nós e a sentirmo-nos melhor connosco mesmos.
       Quem se centra demasiado em si mesmo, por mais qualidades que possua, acabará por se perder, se destruir e, fechando-se na sua concha, ficará humanamente raquítico, quando não paranóico, subserviente do aplauso constante dos outros como se fora o centro do Universo. A alegria do Evangelho liberta-nos do mofo para vivermos saudavelmente, caminhando com os outros.
       5 – A messianidade de Jesus revela-se na Paixão e na Ressurreição. É um único mistério, de entrega, de oblação, de amor, de serviço à humanidade. Muitas vezes, como os primeiros discípulos, quereríamos a vida de mão beijada. Aliás, hoje vivemos numa sociedade em que os filhos e os netos, muitos deles, não precisaram de se esforçar, bastou-lhes chorar, fazer birra, para terem tudo o que queriam. Desta forma não cresceram, ficaram sempre na infância da dependência absoluta e absurda. Pela vida fora continuam a parasitar, à espera que outros façam, outros resolvam. Mas então o sofrimento e as contrariedades virão de qualquer forma e não terão as defesas que deveriam ter produzido, com o esforço, o compromisso, a luta, o sacrifício, a capacidade de enfrentar obstáculos.
       O filho do Homem vai ser entregue às autoridades, vai ser morto. Três dias depois ressuscitará. A luz chega depois da treva, o dia depois da noite. Haver dentro de nós um rasgo de luz e de esperança permite-nos enfrentar a escuridão e as pedras. São Pedro sublinha que a fé há de passar pela provação como o ouro no crisol.
       O profeta Zacarias aponta para o Messias que há de vir, deixando antever um misto de pranto e de alegria. «Sobre a casa de David e os habitantes de Jerusalém derramarei um espírito de piedade e de súplica. Ao olhar para Mim, a quem trespassaram, lamentar-se-ão como se lamenta um filho único, chorarão como se chora o primogénito. Naquele dia, haverá grande pranto em Jerusalém… Naquele dia, jorrará uma nascente para a casa de David e para os habitantes de Jerusalém, a fim de lavar o pecado e a impureza».
       À luz do Evangelho, da vinda de Jesus, facilmente revemos nesta profecia o que viria a ser a vida e a missão de Jesus Cristo, o Messias de Deus. Aquele que foi trespassado tornou-se para nós um manancial de vida nova, de graça e de salvação.

       6 – Deus não faz aceção de pessoas (cf. Atos 10, 34). Todos chamados. Todos enviados. Todos abrangidos pela morte e ressurreição de Jesus. E neste concreto, diríamos que a salvação nos é dada, aqui sim, de mão beijada, cabe-nos depois responder SIM à DÁDIVA de Deus, acolhendo-O na nossa vida e deixando que nos encha da Sua graça e da Sua luz.
       O apóstolo São Paulo recorda-no-lo: "Todos vós sois filhos de Deus pela fé em Jesus Cristo, porque todos vós, que fostes batizados em Cristo, fostes revestidos de Cristo. Não há judeu nem grego, não há escravo nem livre, não há homem nem mulher; todos vós sois um só em Cristo Jesus. Mas, se pertenceis a Cristo, sois então descendência de Abraão, herdeiros segundo a promessa".
       Pelo sacramento do Batismo, fomos configurados a Cristo, à Sua morte e ressurreição. Uma vez ressuscitados, pratiquemos as obras do dia e da luz, em tudo imitando o nosso Mestre e Senhor.


Pe. Manuel Gonçalves



Textos para a Eucaristia (C): Zac 12, 10-11; 13,1; Sl 62 (63); Gal 3, 26-29; Lc 9, 18-24.