Será que você já fez uma oração assim? Dificilmente. Geralmente pedimos pelas “bênçãos”, muitas vezes no superlativo. Que Deus nos dê isto e aquilo. Que Ele faça conforme a nossa vontade. Uma fé grande pede por coisas grandes, seria a lógica.
Certa vez uma mulher estrangeira se aproximou de Jesus também pedindo pela sua ajuda, pelas suas bênçãos. À primeira impressão, parece que Jesus a rejeita, não quer saber de uma estrangeira, ao dizer que o pão era para os filhos (os israelitas) e não para os cachorrinhos. A surpresa vem, entretanto, quando ela diz que as migalhas do amor de Deus lhe bastam. Ela não precisa de um banquete. Ela sabe que apenas as migalhas serão suficientes para a sua vida, e a de sua filha, serem mudadas. Ela mostra convicção (ou mais teologicamente, fé) de que mesmo a migalha de Deus é mais forte do que toda a força humana (Leia a história toda em Mateus 15, 21-28)
Jesus elogia a fé daquela mulher que se contenta com migalhas.
Ele era de Israel, o povo que tinha todo o “banquete” do amor de Deus à sua disposição, mas que insistentemente o rejeitava. Acima de tudo, eles o rejeitavam, o próprio Filho de Deus que veio mostrar todo o amor de Deus ao mundo (Jo 3. 16). Isto porque a fé é grande por se firmar totalmente em Jesus, e aquele que tem fé sabe que mesmo uma pequenina migalha do amor de Deus já é suficiente para mudar a nossa vida.
Os cristãos também têm diante de si todo o banquete do amor de Deus, em sua Palavra e nos Sacramentos. Especialmente na Ceia, onde Jesus oferece o Seu próprio corpo e sangue para perdão de todos os nossos pecados. Mas talvez não demos atenção a isso, pois estamos cheios, fartos. Não do amor de Deus, fique claro, de nossa própria auto-suficiência, arrogância, e desejos egoístas, que nos afastam do amor de Deus e do próximo.
É, também nós precisamos começar a clamar por migalhas...
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