Encontrando um velhinho, dá-lhe a mão,
Porque já foi na vida o que és agora.
Sentiu nascer-lhe o sol no coração.
Sorriu de encantamento à luz da aurora.
Sofreu talvez pela existência fora,
Lavrando a terra, desbravando o chão.
Hoje a saudade só lhe lembra outrora,
Aqueles tempos que tão longe vão.
Não lhe negues o amparo dos teus braços.
Põe os teus olhos nos seus olhos baços
E ouve-lhe a voz de aviso e de conselho.
O que lhe faças, por amor e bem,
Assim, um dia, te farão também,
Quando chegares - Deus o queira! - a velho.
(autor Moreira das Neves)
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