«Se o pecador se arrepender de todas as faltas que cometeu, se observar todos os meus mandamentos e praticar o direito e a justiça, certamente viverá e não morrerá. Não lhe serão lembrados os pecados que cometeu e viverá por causa da justiça que praticou. Será porventura a morte do pecador que Me agrada? – diz o Senhor Deus – Não é antes que se converta do seu mau proceder e viva?» (Ez 18, 21-28).
Portanto, se fores apresentar a tua oferta sobre o altar e ali te recordares que o teu irmão tem alguma coisa contra ti, deixa lá a tua oferta diante do altar, vai primeiro reconciliar-te com o teu irmão e vem depois apresentar a tua oferta (Mt 5, 20-26).
O profetas (do Antigo Testamento) estão já muito perto do Messias, não apenas cronologicamente mas sobretudo teologicamente. Claramente nos dizem que a prática religiosa tem de ter concordância com a vida concreta na prática da justiça e do bem. Ainda nesta perspectiva mostram-nos um Deus mais humano, mais próximo da humanidade, mais misericordioso. Ezequiel refere que a imagem de uma Deus castigador está ultrapassada, Deus quer a salvação de justos e de pecadores. A lógica da intervenção de Deus na história visa a conversão.
No Evangelho, por sua vez, Jesus insiste na necessidade do perdão e da conciliação. Nas nossas concepções limitadas ainda admitimos o perdão mas quando o outro, que nos ofendeu, nos pede desculpa e por vezes colocamos condições para que o nosso perdão seja efectivo. Jesus desafia-nos a perdoar sem condições e independentemente do outro nos pedir perdão. Mais, desafia a que tomemos a iniciativa na conciliação com aquele que nos ofendeu.
Jesus bem sabe das nossas limitações. Mas também sabe que o perdão nos liberta e nos faz bem à saúde...
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