É, ou deveria ser, o objectivo de todas as pessoas.
Por maioria de razão, há-de ser uma motivação e um desafio de todo o cristão, para desse modo imitar o seu Mestre e Senhor, Jesus Cristo, reconhecido Alguém que ensina com autoridade. A autoridade dos ensinamentos de Jesus é contraposta à autoridade dos fariseus e dos doutores da lei, em geral, que são considerados (pelo próprio Jesus) hipócritas, pois exigem e não cumprem, defendem preceitos para os outros mas sem intenções de fazer o mais pequeno esforço para também cumprir.
Ao olharmos para o nosso tempo vemos como a coerência de vida é cada vez mais urgente em todos os sectores da vida, social, cultural, desportiva, religiosa, política. E como a falta dessa coerência leva à desmobilização, à indiferença, ao conflito, à descredibilização de pessoas e instituições. Certamente não é alheia à incoerência a crise económico-financeira que atravessa o velho continente.
O Papa Paulo VI referia que um dos pecados maiores do nosso tempo era a falta de consciência do pecado e o divórcio entre a Igreja e a sociedade, entre a fé e a vida, entre o Evangelho e a cultura. A fé e a militância religiosa não marcam o compromisso dos cristãos nos sectores da vida social em que estão presentes. E desse modo, se alarga também aos cristãos a hipocrisia e o cinismo. O nome não corresponde à vida que se leva (que se vive).
O Papa Paulo VI referia que um dos pecados maiores do nosso tempo era a falta de consciência do pecado e o divórcio entre a Igreja e a sociedade, entre a fé e a vida, entre o Evangelho e a cultura. A fé e a militância religiosa não marcam o compromisso dos cristãos nos sectores da vida social em que estão presentes. E desse modo, se alarga também aos cristãos a hipocrisia e o cinismo. O nome não corresponde à vida que se leva (que se vive).
Por outro lado, o Papa João Paulo II, usava muitas vezes as palavras do Seu Predecessor Paulo VI - “O mundo não precisa de mestres, mas de testemunhas”, uma vez que "as palavras movem, mas o exemplo arrasta", sublinhando a importância de os Mestres também serem testemunhas da fé.
Do mesmo modo, Bento XVI, propondo a sabedoria e o testemunho dos santos, como pessoas que procuraram a fidelidade à Palavra de Deus no compromisso com os outros na caridade, acentua a coerência dos cristãos no quotidiano e no mundo em que se inserem.
2 – Com outra parábola relacionada com o vinha, Jesus recorda-nos que "não basta dizer 'Senhor, Senhor', para entrar no Reino dos Céus", mas importa fazer a vontade de Seu Pai que está nos Céus. A proclamação da fé concretiza-se na vivência concreta dos mandamentos, na realização da vontade de Deus, procurando viver de acordo com os Seus ensinamentos. A pergunta de Jesus é de sempre: porque Me chamais Senhor e não realizais o que vos mando?
«Que vos parece? Um homem tinha dois filhos. Foi ter com o primeiro e disse-lhe: ‘Filho, vai hoje trabalhar na vinha’. Mas ele respondeu-lhe: ‘Não quero’. Depois, porém, arrependeu-se e foi. O homem dirigiu-se ao segundo filho e falou-lhe do mesmo modo. Ele respondeu: ‘Eu vou, Senhor’. Mas de facto não foi. Qual dos dois fez a vontade ao pai?» Eles responderam-Lhe: «O primeiro».
Quantas vezes nos ficamos pelas intenções! Quantas vezes já nos aconteceu o que Jesus nos apresenta com esta parábola?! Pessoas que na nossa presença se desfaziam em simpatia, respondendo sempre com amabilidade, com a disposição de cumprirem/realizarem o combinado, com alegria e generosidade, mas mal saíram de ao pé de nós, logo alteraram a opinião que tinham sobre nós e a boa vontade demonstrada. Outras pessoas que quando se lhes pede algo colocam sempre condições várias, porque não podem, porque não sabem, porque é muito difícil, não têm jeito ou não têm tempo, e quando vamos a dar conta já cumpriram!
Ou também, as pessoas que nos contestam, olhos nos olhos, com uma frontalidade que nos desarma, mas estão sempre prontos para nos defender diante dos outros!
O ideal é que às nossas palavras correspondesse a nossa vida, que a nossa fé se transformasse em caridade, justiça, solidariedade, em conciliação. Lembremo-nos sempre: não bastam bons propósitos, é preciso realizá-los ou pelo menos tentar.
3 – Se se nos afigura tão difícil a coerência de vida, peçamos ao Senhor a fortaleza do Seu Espírito, e o discernimento, para que nas mais variadas situações possamos agir com criatividade, com generosidade, com a alegria, promovendo o bem, a paz, a concórdia.
Se nos afastarmos do Senhor, tenhamos presente a recomendação do profeta: "Quando o justo se afastar da justiça, praticar o mal o vier a morrer, morrerá por causa do mal cometido. Quando o pecador se afastar do mal que tiver realizado, praticar o direito e a justiça, salvará a sua vida". E com o salmista supliquemos: "Mostrai-me, Senhor, os vossos caminhos, ensinai-me as vossas veredas. Guiai-me na vossa verdade e ensinai-me, porque Vós sois Deus, meu Salvador: em vós espero sempre".
A santidade não é um estado permanente, ainda que haja muitas pessoas que vivam e testemunhem uma grande e intensa intimidade com Deus, respirando e transpirando paz, alegria, humildade, generosidade. As palavras que proferem revelam uma maturidade que os e nos transcende, apaziguadores, promotores da nossa satisfação e felicidade. Vivem como se em cada pessoa encontrassem Deus.
A santidade é um caminho para a maioria de nós, ou para todos nós, ainda que haja alguns muito mais perto. Somos limitados e imperfeitos até à eternidade. Mesmo quando a eternidade é experienciada no tempo e na história, ainda não é infinita e definitiva. Podemos sempre vacilar ou até recuar no caminho. O importante, porém, é fazermo-nos à estrada, tornarmo-nos peregrinos da perfeição de Deus.
4 – No caminho da santificação não estamos sós. Deus acompanha-nos e acompanham-nos todos os que projectam a sua vida para Deus, para a eternidade, para o Infinito. Enquanto caminhamos, muitas pessoas fortalecem as nossas convicções e/ou nos desafiam a ser mais, a ser melhores.
São Paulo, dá-nos mais uma lição importante como enfrentar as dificuldades e como vivermos como família, para nos sentirmos mutuamente fortalecidos. Diz-nos, nesta sua epístola aos Filipenses, "Se há em Cristo alguma consolação, algum conforto na caridade, se existe alguma consolação nos dons do Espírito Santo, alguns sentimentos de ternura e misericórdia, então, completai a minha alegria, tendo entre vós os mesmos sentimentos e a mesma caridade, numa só alma e num só coração".
Vale a pena continuar a escutar e mastigar as palavras do Apóstolos:
"Não façais nada por rivalidade nem por vanglória; mas, com humildade, considerai os outros superiores a vós mesmos, sem olhar cada um aos seus próprios interesses, mas aos interesses dos outros. Tende em vós os mesmos sentimentos que havia em Cristo Jesus".
Não se trata de uma opção ou de um capricho, trata-se de imitar Jesus Cristo, nosso Mestre e Senhor:
"Ele, que era de condição divina, não Se valeu da sua igualdade com Deus, mas aniquilou-Se a Si próprio. Assumindo a condição de servo, tornou-Se semelhante aos homens. Aparecendo como homem, humilhou-Se ainda mais, obedecendo até à morte, e morte de cruz. Por isso, Deus O exaltou e Lhe deu um nome que está acima de todos os nomes, para que ao nome de Jesus todos se ajoelhem, no céu, na terra e nos abismos, e toda a língua proclame que Jesus Cristo é o Senhor, para glória de Deus Pai".
Textos para a Eucaristia (ano A): Ez 18,25-28 ; Sl 24 (25); Filip 2,1-11; Mt 21,28-32.
Reflexão Dominical na página da Paróquia de Tabuaço.
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