Conservar no coração a alegria cristã
A este ponto perguntamo-nos: como receber e conservar este dom da alegria profunda, da alegria espiritual?
Um Salmo diz: «Põe no Senhor as tuas delícias; conceder-te-á os desejos
do teu coração» (Sl 37, 4). E Jesus explica que «o reino do céu é
semelhante a um tesouro escondido no campo; um homem encontra-o e
esconde-o; depois vai, cheio de alegria, vende todos os seus bens e
compra o campo» (Mt 13, 44). Encontrar e conservar a alegria espiritual
nasce do encontro com o Senhor, que pede para o seguir, para fazer a
escolha decidida de apostar tudo n'Ele. Queridos jovens, não tenhais
medo de pôr em jogo a vossa vida dando espaço a Jesus e ao seu
Evangelho; é o caminho para ter a paz e a verdadeira felicidade no nosso
íntimo, é o caminho para a verdadeira realização da nossa existência de
filhos de Deus, criados à sua imagem e semelhança.
Procurar a alegria no Senhor: a alegria é fruto da fé, é reconhecer
todos os dias a sua presença, a sua amizade: «O Senhor está próximo!»
(Fl 4, 5); é repor n'Ele toda a nossa confiança, é crescer no
conhecimento e no amor a Ele. O «Ano da fé», que daqui a poucos meses
iniciaremos, ser-nos-á de ajuda e de estímulo. Queridos amigos, aprendei
a ver como Deus age nas nossas vidas, descobri-o escondido no coração
dos acontecimentos do vosso dia a dia. Acreditai que Ele é sempre fiel à
aliança que estabeleceu convosco no dia do vosso Baptismo. Sabei que
nunca vos abandonará. Dirigi com frequência o vosso olhar para Ele. Na
cruz, ofereceu a sua vida porque vos ama. A contemplação de um amor tão
grande leva nos corações uma esperança e uma alegria que nada pode
derrubar. Um cristão nunca pode estar triste porque encontrou Cristo,
que deu a vida por ele.
Procurar o Senhor, encontrá-lo na vida significa também acolher a sua
Palavra, que é alegria para o coração. O profeta Jeremias escreve: «Eu
devoro as Vossas palavras, onde as encontro; a Vossa palavra é a minha
alegria, as delícias do meu coração» (Jr 15, 16). Aprendei a ler e a
meditar a Sagrada Escritura, nela encontrareis uma resposta às perguntas
mais profundas de verdade que se aninham no vosso coração e na vossa
mente. A Palavra de Deus faz descobrir as maravilhas que Deus realizou
na história do homem e, cheios de alegria, abre ao louvor e à adoração:
«Vinde, exultemos no Senhor... prostremo-nos, dobremos os joelhos diante
do Senhor nosso Criador!» (Sl 95, 1.6).
Depois, de modo particular, a Liturgia é o lugar por excelência no qual
se expressa a alegria que a Igreja recebe do Senhor e transmite ao
mundo. Todos os domingos, na Eucaristia, as comunidades cristãs celebram
o Mistério central da salvação: a morte e ressurreição de Cristo. Este é
um momento fundamental para o caminho de cada discípulo do Senhor, no
qual se torna presente o seu Sacrifício de amor; é o dia no qual
encontramos Cristo Ressuscitado, ouvimos a sua Palavra, nos alimentamos
do seu Corpo e do seu Sangue. Um Salmo afirma: «Este é o dia que o
Senhor fez, cantemos e alegremo-nos n'Ele!» (Sl 118, 24). E na noite de
Páscoa, a Igreja canta o Exultet, expressão de alegria pela vitória de
Jesus Cristo sobre o pecado e sobre a morte: «Exulte o coro dos anjos...
Rejubile a terra inundada por tão grande esplendor... e todo este
templo ressoe pelas aclamações do povo em festa!» A alegria cristã nasce
do saber que se é amados por um Deus que se fez homem, deu a sua vida
por nós e derrotou o mal e a morte; e é viver de amor por Ele. Santa
Teresa do Menino Jesus, jovem carmelita, escrevia: «Jesus, amar-te é a
minha alegria!» (p 45, 21, 21 de Janeiro de 1897, Op. Compl. p. 708).
Para ler a mensagem completa »» MENSAGEM DE BENTO XVI para a JMJ 2012
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