A alegria do amor
Queridos amigos, a alegria está intimamente ligada com o amor: são dois
frutos inseparáveis do Espírito Santo (cf. Gl 5, 23). O amor produz
alegria, e a alegria é uma forma de amor. A beata Madre Teresa de
Calcuta, fazendo eco às palavras de Jesus: «A felicidade está mais em
dar do que em receber!» (Act 20, 35), dizia: «A alegria é uma rede de
amor para capturar as almas. Deus ama quem dá com alegria. E quem dá com
alegria dá mais». E o Servo de Deus Paulo vi escrevia: «No próprio Deus
tudo é alegria porque tudo é dom» (Exort. ap. Gaudete in Domino, 9 de
Maio de 1975).
Pensando nos vários âmbitos da vossa vida, gostaria de vos dizer que
amar significa constância, fidelidade, ser fiel aos compromissos. E
isto, em primeiro lugar, nas amizades: os nossos amigos esperam que
sejamos sinceros, leais, fiéis, porque o verdadeiro amor é perseverante,
também e sobretudo nas dificuldades. E o mesmo é válido para o
trabalho, para os estudos e para os serviços que desempenhais. A
fidelidade e a perseverança no bem levam à alegria, mesmo se nem sempre
ela é imediata.
Para entrar na alegria do amor, somos chamados também a ser generosos, a
não nos contentarmos em dar o mínimo, mas a comprometer-nos
profundamente na vida, com uma atenção particular pelos mais
necessitados. O mundo tem necessidade de homens e mulheres competentes e
generosos, que se ponham ao serviço do bem comum. Comprometei-vos a
estudar com seriedade; cultivai os vossos talentos e ponde-os desde já
ao serviço do próximo. Procurai o modo de contribuir para construir uma
sociedade mais justa e humana, onde quer que vos encontreis. Toda a
vossa vida seja guiada pelo espírito de serviço, e não pela busca do
poder, do sucesso material e do dinheiro.
A propósito de generosidade, não posso deixar de mencionar uma alegria
especial: a que se sente quando se responde à vocação de entregar toda a
própria vida ao Senhor. Queridos jovens, não tenhais medo da chamada de
Cristo para a vida religiosa, monástica, missionária ou para o
sacerdócio. Estai certos de que Ele enche de alegria todos os que,
dedicando-lhe a vida nesta perspectiva, respondem ao seu convite a
deixar tudo para permanecer com Ele e dedicar-se com coração indiviso ao
serviço dos outros. Do mesmo modo, é grande a alegria que Ele destina
ao homem e à mulher que se doam totalmente um ao outro no matrimónio
para construir uma família e tornar-se sinal do amor de Cristo pela sua
Igreja.
Gostaria de
mencionar um terceiro elemento para entrar na alegria do amor: fazer
crescer na vossa vida e na vida das vossas comunidades a comunhão
fraterna. Há um vínculo estreito entre a comunhão e a alegria. Não é
ocasional que são Paulo escreva a sua exortação no plural: não se dirige
a cada um singularmente, mas afirma: «Alegrai-vos sempre no Senhor» (Fl
4, 4). Só juntos, vivendo a comunhão fraterna, podemos experimentar
esta alegria. O livro dos Actos dos Apóstolos descreve do seguinte modo a
primeira comunidade cristã: «Partiam o pão em suas casas e tomavam o
alimento com alegria e simplicidade de coração» (Act 2, 46).
Comprometei-vos vós também para que as comunidades cristãs possam ser
lugares privilegiados de partilha, de atenção e de cuidado uns dos
outros.
Para ler a mensagem completa »» MENSAGEM DE BENTO XVI para a JMJ 2012
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