"O Senhor vê a tristeza de Adão, vê uma solidão que nem sequer Deus pode colmatar, mas tão só alguém semelhante a ele: «Vou dar-lhe uma auxiliar semelhante a ele (Gn 2,18)».
A solidão de Adão representa a primeira expressão do mal, nascida no jardim, ainda antes da sedução da serpente: o primeiro mal de viver é a solidão. É o próprio Deus que afirma: «Não é bom que o homem esteja só».
O estar só é um «não bem», anterior, mais original ainda do que o pecado original. O ser humano nasce esfomeado: é fome de amor, eros e ágape inseparáveis. Fome de ser amado por muitos. E as mães alimentam os filhos com leite e sonhos, com leite e amor.
(...) Cada filho de homem não é, na realidade, filho de um homem e de uma mulher, mas é filho da sua comunhão, do seu encontro ao longo de uma vida ou breve como um instante. A vida floresce a partir do encontro"
ERMES RONCHI, Os Beijos não dados. Tu és a Beleza.
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