Depois do NATAL, reflexão proposta no dia anterior, o pregador situou-nos em dois mistérios da vida da Sagrada Família: Apresentação de Jesus, e Perda do Menino no Templo.
No Natal são os homens que vão ao encontro de Jesus, aos encontro do Menino: os pastores, os Magos vindos do Oriente. Com a Apresentação é Deus que em Jesus vai ao encontro das pessoas.
A apresentação de Jesus no Templo de Jerusalém, é a apresentação na cidade, onde vão, onde estão todos. Jesus vai ao encontro de todas, pelas ruas, pelos corações dos que estão lá, dos que estão cá. Por outro lado, poderá hoje acontecer como então. Deus vem ao nosso encontro, passeia-se pelos caminhos da nossa vida, nas nossas cidades e aldeias, passa por nós, mas muitas vezes DESCONHECIDO. Deus entra na cidade anonimamente. Deus no meio de tantas pessoas e não é reconhecido. Apenas a profetisa Ana e o velho Simeão, com o espírito aberto e disponível para o mistério de Deus, percebem que Deus está no templo, Deus está em Jerusalém, e proclamam-no.
Maria quase que desejava que ninguém soubesse. É o Seu Menino. Se se souber que é Deus, deixa de ser Seu, será de todos. Maria não quer ficar tão cedo sem o Seu amado Filho. Não está ainda preparada. Mas a voz de Ana e de Simeão lembram que Ele é para todos. Cedo deixará de ser apenas Seu Filho, para ser Filho do Homem, filho da humanidade, filho de Deus. Somos Ana e Simeão quando o nosso coração está sensível a encontrar Deus nos nossos irmãos.
Por volta dos 12/13 anos, Jesus volta a Jerusalém, acompanhado dos pais e de outros familiares, vizinhos e amigos. É a idade em que se assume como homem entre os homens, como se fora um adulto, já pode falar publicamente, ler e refletir a Sagrada Escritura em público. Jesus, inserido nas tradições judaicas cumpre como as outras crianças e jovens.
Nesta passagem vê-se como Jesus está mais crescido do que Maria. Ela não é Deus, Ela dá-nos Deus. É criatura como nós. A perda de Jesus pode ver-se em dois sentidos. Ele que Se perde. Maria e José que O perdem.
Ele perde-Se, Deus quer perder-Se entre nós. Quer estar connosco. De novo em Jerusalém, de novo no Templo, de novo no meio dos homens, de novo nos nossos caminhos. Ele está onde deve estar: a ocupar-se das coisas do Pai. Cresceu.
Maria e José regressam a casa. Quando a viagem vai em andamento, percebem que O perderam. Como deveria ter sido devastador. Não perdem uma coisa, perdem o Filho que tanto amam. Como é possível que nós percamos Deus, como é possível que Ele escape da nossa vida e nem nos apercebamos?! Quantas vezes nós perdemos Deus! Maria e José voltam atrás. O regresso a casa só faz sentido se Deus segue no seu caminho, de contrário é preferível voltar atrás, procurá-l'O onde se pode encontrá-l'O. Encontram-n'O onde Ele deveria estar. De novo se vê que Maria não está preparada para O perder para a humanidade. Ela já deveria saber que Ele está a ocupar-se das coisas de Deus. Também a Maria e José, Jesus indica o caminho (com Deus).
Deus vem aos nossos caminhos. Como e onde O poderemos encontrar? Quantas vezes O perdemos?
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