Coincide liturgicamente com o sexto dia da Novena preparatória em honra de Santa Eufémia o Evangelho em que Jesus nos desafia a amar até mesmo os inimigos (Lc 6, 27-38). Amar quem nos ama, gostar daqueles com quem simpatizámos, não é nada de grandioso. Quando se fala de alguém que morreu é muito comum ouvir-se dizer: era amigo do seu amigo. Pudera. Melhor seria ser inimigo do seu amigo. A novidade do Evangelho é precisamente o convite a amar os inimigos, rezar pelos que nos perseguem e injuriam, fazer bem a quem nos fez mal e/ou disse mal de nós.
Há dias o Papa Francisco convidava precisamente a rezarmos por quem sentimos irritação. Jesus vai à raiz do coração. À primeira vista é mais fácil responder com a maledicência a quem diz mal de nós ou por quem nutrimos antipatia, pagar com a mesma moeda. Isso não acrescenta nada de bom nem à minha vida nem ao do outro. Pelo contrário, responder à violência com violência, ao mal com o mal, só contribuimos para multiplicar o mal e o sofrimento que daí advém. Num primeiro momento podemos sentirmo-nos aliviados e justificados por que tivemos a oportunidade de responder da mesma forma ou de forma ainda mais agressiva.
Com o tempo verificaremos que a proposta de Jesus nos leva mais longe, faz-nos entrar no mais íntimo de nós, no coração. Responder ao mal com o bem, com amor, realiza-nos, traz-nos uma paz mais duradoura, faz-nos sentir parte da vida. Dá à nossa vida um colorido que nos deixa felizes. O azedume arrasta-nos para a melancolia e para estados depressivos.
Santa Eufémia ilustra esta passagem do Evangelho. Não se volta contra os perseguidores, contra aqueles que a torturam. Com outros cristãos, canta, reza, louva a Deus por lhe ter dado a oportunidade de dar testemunho de Jesus Cristo com a própria vida. De uns recebe o exemplo de coragem e alegria. A outros, ela própria ncentiva a manterem-se serenos na certeza que maior é o amor de Deus. Nada nos pode separar desse amor.
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