Celebramos a memória de Nossa Senhora do Rosário. Foram propostas duas leituras, a primeira do livro do Génesis, que nos fala dos primeiros pais, e o Evangelho da Anunciação (Lc 1, 26-38).
Para a meditação da Eucaristia quotidiana, optámos por sublinhar o antagonismo entre a Cheia de Graça, (Ave) Maria, e Eva, a Mãe dos viventes.
No dia 5 de julho (2013), D. António Couto encontrou-se, em Tabuaço, com os jovens que iriam ser crismados no dia seguinte. Durante o encontro chamou a atenção para o pecado original, duma forma original. O pecado de Adão e Eva não foi o terem colhido o fruto, mas usurparem o fruto da árvore. Dito de outra maneira. O fruto da árvore destinava-se a toda a humanidade, a todas as famílias. Adão e Eva recolheram o fruto só para si mesmos, sem pensar em mais ninguém. Com efeito, só eles comeram do fruto. É fruto usurpado. Quem recebe, tem as mãos estendidas, viradas para
cima, abertas, recebem e distribuem. O pecado é quando alguém fecha as
mãos, querendo apenas para si, como Eva no paraíso, agarra o fruto e
reserva-o para si e para o homem. Usurpa o DOM. Até os dons de Deus se hão de submeter à minha vontade, ao meu desejo, hão de estar ao meu serviço.
Em Maria, acontece o inverso: eis a escrava do Senhor, faça-se em Mim segundo a Tua palavra. Como no horto das Oliveiras, em que Jesus há de repetir a tentação original, mas invertendo-a em Sim, semelhante ao de Maria. Pai, se é possível afasta de Mim este cálice. Contudo, não se faça o que Eu quero, faça-se a Tua vontade.
Maria dá o fruto do Seu ventre, que é Jesus, à humanidade. Não fica com o fruto. É o Seu Filho querido, mas não é para Si, é para todos. Todos os homens e mulheres, de todos os tempos e lugares, hão de usufruir do fruto do ventre e do coração de Maria, Jesus. Desde logo, Maria coloca o Menino na manjedoura para que os pastores e depois os Magos possam adorá-l´O. O seu menino começa a não ser só Seu. Ela dá-nos o fruto. E por isso é bem-aventurada por todas as gerações. As maravilhas que nela Deus operou são a favor de todo o povo. O Sim de Maria permite-nos ter connosco Deus.
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