«Eu ressuscitei e, agora, estou sempre contigo - diz-nos o Senhor - , e a minha mão ampara-te. Se porventura caíres, cairás nas minhas mãos, e Eu estarei presente até às portas da morte. Ali, onde já ninguém te pode acompanhar e para onde tu não podes levar nada, aí Eu te espero para transformar, para ti, as trevas em luz». A esperança cristã, porém, nunca é apenas individual, também é sempre esperança para os outros. As nossas vidas estão profundamente ligadas umas às outras, e o bem e o mal que cada um pratica também afeta sempre os outros. Assim, a oração de uma alma peregrina no mundo pode ajudar outra alma que se esteja a purificar depois da morte. É por isso que hoje a Igreja nos convida a orar pelos nossos queridos defuntos e a visitarmos os seus túmulos nos cemitérios. Que Maria, estrela da esperança, torne mais forte e autêntica a nossa fé na vida eterna e sustente a nossa oração de sufrágio pelos irmãos defuntos...
E frente a este mistério, todos, mesmo inconscientemente, procuramos algo que nos convide a esperar, um sinal que nos console, esperamos que se abra algum horizonte, que ainda nos ofereça um futuro. O caminho da morte é, na realidade, um caminho de esperança, e percorrer os nossos cemitérios, bem como ler as inscriçõesnos túmulos, é trilhar um caminho marcaro pela esperança na eternidade...
Sentimos temor frente á morte porque temos medo do nada, desse partir para algo que não conhecemos, que é desconhecido para nós. Surge, então, o sentimeno de rejeição, porque não podemos aceitar que tudo o que de belo e grande foi realizado ao longo de uma vida inteira, seja apagado de repente, caia no abismo do nada. Sentimos, sobretudo, que o amor reclama e pede eternidade, e não podemos aceitar que ele seja destruído pela morte num único momento...
Bento XVI, A Alegria da Fé.
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