Os conselhos pastorais representam um lugar privilegiado para a prática sinodal, já que aí encontramos, sob a forma de um “microcosmos” eclesial, os principais elementos que constituem uma verdadeira parceria entre cristãos: a comunhão vivida no diálogo das diferenças, um sentido global da Igreja, uma diversidade de vocações e ministérios, o funcionamento de uma instância pastoral, a preocupação primeira da missão. E podem existir em diferentes escalas: nas paróquias, nas zonas pastorais, nos arciprestados e na diocese.
A Igreja não pode passar ao lado da participação alargada dos seus membros se pretender aprofundar e implicar os fiéis leigos na reflexão, no discernimento dos apelos do Evangelho e no compromisso testemunhal dos baptizados neste tempo e neste mundo que são os nossos.
Por outro lado, há um papel de coordenação que se impõe de forma a valorizar e a manter o ritmo nas diversas realidades humanas e pastorais. Não se trata de substituir ou querer monopolizar, mas atuar para que tudo se faça, para que nada escape à missão de anunciar, celebrar e servir.
Por último, estes conselhos podem ser vistos como pontos importantes para a observação da realidade paroquial e diocesana e para a renovação pastoral que se pretende implementar.
Para que a Igreja seja ela mesma, fiel à sua missão, deve, paradoxalmente, tornar-se “outra”: semper ipsa, nunquam eadem (sempre ela mesma, jamais a mesma). A imobilidade pode levar à rigidez mortífera.
Jesus de Nazaré, rompendo com todo o conformismo e toda a forma de vassalagem proclama com audácia: “Para vinho novo, odres novos” (Mc 2, 22). É preciso escolher entre o “velho fermento” dos hábitos e o Evangelho sempre novo.
Na caminhada que a nossa Igreja local (diocese) está a fazer, entre outras iniciativas, destaca-se a vontade de formar Conselhos de Pastoral nas paróquias onde ainda não existe, tal como a nível arciprestal e diocesano. Nesse sentido, o nosso jornal, sem pretender tudo dizer, assume a vontade de escrever algo sobre este assunto ao longo destas primeiras semanas do ano.
FONTE: Jornal diocesano VOZ DE LAMEGO, n.º 4246, de 7 de janeiro de 2014
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