[O Evangelho deste DOMINGO - VIII do Tempo Comum - ano A, fez-nos recordar esta reflexão, publicada no Jornal da Dicoese]
Cada dia tem as suas próprias preocupações.
O tempo não volta, gastemo-lo bem. Foi-nos dado gratuitamente.
Vive hoje, sem a ansiedade e o medo paralisante do futuro.
O futuro só a Deus pertence. Deus providenciará.
Façamos a nossa parte, o que está ao nosso alcance.
Não esperemos pelo amanhã para viver.
Expressão atribuída a Horácio, poeta romano (65-8 a.C.): "Colhe o dia presente e sê o menos confiante possível no futuro".
Jesus desafia os discípulos a viver no tempo atual, sem medo do amanhã, confiando em Deus, mas não deixando a vida ao acaso, empenhando-se na edificação do Reino de Deus e da Sua justiça.
"Procurai primeiro o Reino de Deus e a sua justiça, e tudo o mais se vos dará por acréscimo. Não vos preocupeis, portanto, com o dia de amanhã, pois o dia de amanhã já terá as suas preocupações. Basta a cada dia o seu problema" (Mt 6, 33-34).
A expressão «carpe diem» é utilizada em vários sentidos: "gasta a vida enquanto podes", "aproveita enquanto és novo", "goza agora que não sabes o dia de amanhã". Também serve para justificar excessos...
Num sentido cristão, é um convite a "desfrutar" com alegria o dia de hoje, a potenciar a nossa vida, a realizarmos o que está ao nosso alcance sem esperarmos que outros o realizem.
O tempo não volta… Ainda que haja situações idênticas, o tempo e a história não se repetem. Por mais que quiséssemos e por mais esforços que façamos, o passado não volta. Não nos pertence. Porém, não é possível a pessoa de hoje, sem a de ontem. A anulação da memória destrói a vida da pessoa, da família e da comunidade.
Por outro lado, a melhor gratidão que prestamos à história e aos nossos antepassados, é a abertura ao futuro, à novidade. Eles rasgaram horizontes que nos permitem viver com muita comodidade, uns mais que outros. Puseram os seus talentos a render. Preparam o futuro (que é o nosso presente) com o seu engenho e esforço.
Hoje cabe-nos a nós. Não esqueçamos os que vieram antes e o que nos legaram. Agora é a nossa vez de construir e preparar o nosso futuro e o futuro dos vindouros.
Vivamos o hoje com alegria e confiança. Aguardemos que o amanhã nos dê a oportunidade de cimentarmos o que hoje semeamos. A página que não preencher hoje, não a terá amanhã. Amanhã terá uma página inteirinha para escrever.
in Jornal diocesano VOZ DE LAMEGO, n.º 4240, de 19 de novembro de 2013.
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