ANSELM GRÜN (2009). O Pai-Nosso. Uma ajuda para a vida autêntica. Prior Velho: Paulinas Editora. 128 páginas
Monge beneditino, formado em economia e teologia, alemão, Anselm Grün, através dos seus livros, conferências, procura testemunhar os tesouros da vida. É por muitos considerado um guia espiritual, reunindo grandes audiências. Este pequeno livro é mais um desses tesouros que nos dá vontade de o recomendar vivamente e de ler outros escritos deste autor, já temos mais dois títulos entre mãos.
Grün percorre os diversos pedidos do Pai-nosso, baseando predominantemente no Evangelho de São Mateus, cuja versão desta oração a Igreja privilegiou. O autor interpreta o Pai-nosso a partir, ou enquadrando as 8 Bem-aventuranças. Estas, segundo ele, são a autêntica interpretação da Oração. A interpretação e a vivência de Jesus.
Rezar o Pai-nosso implica reconhecer-nos filhos do mesmo Pai, do mesmo Deus, aproximando-nos de Jesus, porque rezamos como Ele rezou, com os mesmos sentimentos. Rezar juntos implica uma novo comportamento. A Oração aproxima-nos de Deus, que por sua vez, nos implica a procurar sentir, pensar, e agir como Ele. As Bem-aventuranças desafiam-nos ao despojamento diante dos bens materiais, numa grande confiança em Deus, mas simultaneamente a trabalhar pelo pão de cada dia, sabendo que Deus caminha connosco e nos apoia na luta contra o mal. Por outro lado, a oração leva-nos a imitar Jesus. Uma vez que a sua opção pelos mais frágeis foi o seu estilo, será também o nosso.
Na parte final, Grün apresenta o Pai-nosso na versão de são Lucas, cuja oração ocupa o centro do Evangelho mas também o livro dos Atos dos Apóstolos. De uma forme acessível, o autor mostra como a oração é eficaz, no caminho que nos torna solidários uns com os outros, nos prepara para as adversidades e nos leva ao encontro do nosso íntimo, onde podemos ouvir a voz de Deus.
A leitura desta profunda, mas clara, reflexão, vai por certo ajudar-nos a rezar melhor a sublime oração do Pai-nosso, tomando consciência da riqueza espiritual, mas também do compromisso inegável com os outros, que reconhecemos como irmãos desde logo quando reconhecemos que Deus é Pai Nosso, isto é, Pai de todos.
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