Porque é que o povo de Israel demorou 40 anos a atravessar o deserto?
Porque Moisés, como todos os homens, se recusou a perguntar o caminho. Esta é a conclusão de uma avó, em dia do Seder (páscoa judaica), no momento de recordar a libertação do Povo Eleito e a travessia pelo deserto (Gayle Forman, em Apenas um dia).
A Sagrada Escritura relata a itinerância/errância do povo de Israel, através do deserto, durante 40 anos, o tempo de uma geração dar lugar uma nova geração: os que saem do Egipto não são os mesmos que entram na terra prometida. 40 anos é muito tempo para percorrer 200 quilómetros. Uma questão à qual a Bíblia responde com a incredulidade do Povo. Alguns dias que demorariam convertem-se em longos anos. O número é simbólico, 40 é o tempo necessário a preparar um grande acontecimento, uma grande mudança de vida.
Esta avó arranjou uma resposta, no mínimo, curiosa. Sabemos que, sobretudo, os homens têm dificuldade em perguntar direções. Podem ir em sentido contrário ou fazer um desvio pelo dobro da distância, mas recusam, numa viagem automóvel, parar para perguntar, para dissipar dúvidas. É o orgulho masculino, ainda que hoje em dia haja GPS’s que facilitem este brio masculino. É comum dizer-se que os homens têm um grande sentido de orientação e as mulheres uma grande dificuldade em ler mapas. Como em tudo, não se pode generalizar e é possível que hoje os conhecimentos e os meios técnicos atenuem estas diferenças.
Talvez seja preferível perguntar o caminho ou utilizar o GPS, para que o caminho não nos faça andar às voltas quando podemos desfrutar da Terra Prometida. Para nós cristãos a Terra Prometida é Jesus Cristo, é n’Ele que nos encontramos como filhos amados de Deus. Ele é o Caminho, a Verdade e a Vida. Ninguém vai ao Pai senão por Ele. Nesta busca, não estamos sós, contamos com todos, com os que nos rodeiam e com os Santos, lampejos de luz que nos conduzem à Luz verdadeira, a Jesus. Muitas vezes escutámos o apóstolo São Paulo a dizer-nos: sede meus imitadores como eu sou de Cristo.
Se estivermos perdidos, com dúvidas, na incerteza do caminho a trilhar, prestemos atenção aos pontos de luz que nos orientam para o Farol, aos santos que nos guiam até Jesus. Eles transportaram o sonho de viver ao jeito de Jesus, procurando que Deus marcasse o ritmo das suas vidas, apesar das dificuldades e dos sacrifícios, das dúvidas e dos desencontros. Perguntemos-lhes o caminho! Sigamos em frente, confiantes!
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