Eu sei que, depois da minha partida, se hão-de introduzir entre vós lobos devoradores que não pouparão o rebanho. De entre vós mesmos se hão-de erguer homens com palavras perversas, para arrastarem os discípulos atrás de si. Por isso, sede vigilantes e lembrai-vos que, durante três anos, noite e dia, não cessei de exortar com lágrimas cada um de vós. Agora entrego- vos a Deus e à palavra da sua graça, que tem o poder de construir o edifício e conceder a herança a todos os santificados (Atos 20, 28-38).
Jesus ergueu os olhos ao Céu e orou deste modo: «Pai santo, guarda-os em teu nome, o nome que Me deste, para que sejam um, como Nós. Quando Eu estava com eles, guardava-os em teu nome, o nome que Me deste. Guardei-os e nenhum deles se perdeu, a não ser o filho da perdição; e assim se cumpriu a Escritura. Mas agora vou para Ti; e digo isto no mundo, para que eles tenham em si mesmos a plenitude da minha alegria. Dei-lhes a tua palavra e o mundo odiou-os, por não serem do mundo, como Eu não sou do mundo. Não peço que os tires do mundo, mas que os livres do mal. Eles não são do mundo, como Eu não sou do mundo. Consagra-os na verdade. A tua palavra é a verdade. Assim como Tu Me enviaste ao mundo, também Eu os enviei ao mundo. Eu consagro-Me por eles, para que também eles sejam consagrados na verdade» (Jo 17, 11b-19).
Jesus é o Sacerdote por excelência. O único Mediador entre Deus e os homens. N'Ele a verdadeira humanidade e a verdadeira divindade. Traz-nos Deus, e coloca a nossa natureza em Deus. Também na Oração Jesus assume o Seu sacerdócio a favor da humanidade. Reza pedindo por nós. Consagra-Se por nós, por nossa salvação.
Nesta
parte da oração fica bem claro: o mundo é o espaço de compromisso dos
seguidores de Jesus. Ele não pede ao Pai para nos tirar do mundo, mas
para nos livrar do mal.
Jesus, na Oração Sacerdotal, ao pedir ao Pai pelos discípulos, despede-se deles. O mesmo acontece com São Paulo que se despede da comunidade de Éfeso. Explicitamente Jesus reza para que Deus Pai proteja os Seus discípulos do mal. A consciência é apurada: eles não são do mundo mas estão no mundo. O desejo de Jesus é que os seus seguidores partilhem da Sua alegria e da verdade.
Por seu lado, São Paulo, que esteve três anos em Éfeso, despede-se da comunidade com palavras de advertência, na consciência que depois de partir alguns "lobos" se converterão em cordeiros para adulterar o trabalho realizado. Ecoam as palavras de Bento XVI, que ao chegar a Portugal, ainda no avião, utiliza palavras próximas das de São Paulo, alguns dentro da própria comunidade, ou nas palavras do Papa, alguns dos ataques mais ferozes vem do interior da Igreja, do pecado dos seus membros. A vigilância deve ser constante.
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