É o mistério da nossa fé, é a Páscoa de Jesus Cristo, é a Igreja, a Eucaristia.
A fé leva-nos à celebração do que professamos. Fazemos memorial, recordando o passado e tornando-o presente na nossa vida e no nosso tempo. Jesus deu-nos o Espírito Santo e o Espírito Santo dá-nos, na Igreja, nos Sacramentos, dá-nos Jesus no Seu mistério de entrega e de vida nova.
Por sua vez, a celebração do mistério pascal fixa-nos em Jesus Cristo, pois o que está em jogo é o Seu corpo, a Sua vida dada e recebida pelo Pai, dada e recebida pelos Seus seguidores. De uma vez para sempre, Jesus Se ofereceu até à morte na Cruz. Uma e outra vez, sempre, quando fazemos o mesmo que Ele faz, em comunidade, pela ação do Espírito Santo, anunciamos a Sua morte até que Ele venha, deixamos que a Sua ressurreição nos torne novas criaturas.
Isto vale para o Sacramento – a Eucaristia por excelência – vale para a vida. A instituição da Eucaristia e o Lava-pés surgem no mesmo contexto, a mesma entrega de Jesus que nos envolve no cuidado aos irmãos. Quem come a Sua carne, comungando-O, não pode deixar de comungar o Seu proceder, a Sua opção preferencial pelos mais frágeis. Não há Missa, bem celebrada, que não leve à missão. A Eucaristia eucaristia-nos!
Na última Audiência Geral das quartas-feiras (4 de abril), o Papa Francisco, culminando uma série de catequeses dedicadas à Eucaristia, evidenciava que «os cristãos não vão à missa para cumprir um dever semanal e depois se esquecer. Vão à missa para participar da ressurreição do Senhor e depois viver mais como cristãos… Participar na Eucaristia compromete-nos em relação aos outros, de maneira especial aos pobres, educando-nos a passar da carne de Cristo para a carne dos irmãos, onde Ele espera ser por nós reconhecido, servido, honrado e amado». A fé não nos espiritualiza, a fé encarna-nos na vida dos outros, pois também Jesus encarnou na nossa humanidade. Uma fé desencarnada não é, certamente, fé cristã!
Pode intuir-se que Tomé (cf. Jo 20, 19-31), e nós com ele, será mais feliz se tiver a capacidade de tocar as feridas dos irmãos e perceber que cuida das chagas dos irmãos.
Um jornalista disse a Santa Teresa de Calcutá que nem por um milhão dólares daria banho a um leproso. Ela respondeu-lhe que também não o faria, por preço nenhum, mas fazia-o por amor, lembrando que amar a Deus e amar os irmãos formam o mesmo mandamento de amor.
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