MARIA VICTORIA MOLINS, s.t.j. (2015). Teresa Mudou de Nome. Braga: Editorial A.O., 160 páginas.
Decorre ainda o Ano da Vida Consagrada, que assenta na vida de Santa Teresa de Ávila do 5.º Centenário do seu nascimento. Santa Teresa de Jesus nasceu dentro da cidadela de Ávila, a 28 de março de 1515, sendo baptizada como Teresa de Ahumada.
Aos 17 anos entra nas Agostinhas de Grácia, como interna, onde brotará a vocação, entrando, alguns meses depois na Encarnação de Ávila. A 3 de novembro de 1536, faz a sua profissão religiosa. A experiência no convento é, num primeiro momento, uma oportunidade para uma vida social intensa. Sendo de uma família com muitas posses, leva uma vida regalada. O pai procurou que ela levasse uma vida mais recatada, longe dos olhares e sobretudo de comentários populares.
Será atacada de doenças várias: desequilíbrio nervoso, dores atrozes, doença do coração. Nessa altura terá os primeiros momentos de oração e de recolhimento.
No convento da Encarnação leva uma vida folgada e tranquila, com pouca oração e se exercícios em comum com as outras irmãs. O seu lucatório é espaço onde se encontrava a alta sociedade de Ávila. Vive assim durante 20 anos. Só aos 40 anos, a história da sua vida começa a ter uma direção diferente e que a comprometerá com a reforma religiosa que dará origem a um novo movimento de renovação da vida religiosa e consagrada. Aos 45 anos tem as primeiras visões e no ano seguinte funda o primeiro convento reformado, São José de Ávila. A ânsia de reforma espiritual, leva-a a percorrer a Espanha, fundando diversos conventos.
O encontro com o grande místico São João da Cruz, em novembro de 1568, vai levar à reforma da vida religiosa entre os homens, com o convento de Duruelo.
É considerada um dos maiores génios que a humanidade já produziu, possuía uma viva e arguta inteligência, num estilo vivo e atraente e com um profundo bom senso.
Faleceu no dia 4 de outubro de 1582 e enterrada ao outro dia.
Foi canonizada em 1622, com o Papa Gregório XV e em 1970, foi proclamada pelo Papa Paulo VI, com Santa Catarina de Sena, Doutora da Igreja, pelo Papa Paulo VI. As duas primeiras mulheres a receberem este título.
Refira-se que Santa Teresa do Menino Jesus se inspirou em Santa Teresa de Jesus para viver uma vida de total entrega e aperfeiçoamento a Deus, em tudo, nas pequenas coisas do dia a dia, em todas as tarefas. Mais tarde, Santa Teresa Benedita da Cruz (Edith Stein) inspirar-se-á nas duas Santas Teresa's, convertendo-se ao cristianismo e comprometendo-se na vida religiosa. E mais recentemente, também a popularmente aclamada Santa (Beata) Teresa de Calcutá adoptará o mesmo nome para viver uma vida de entrega total a Jesus Cristo.
Este livrinho romanceia a vida de Santa Teresa de Jesus, no seu ambiente familiar, abordando as condições económicas e sociais dos primeiros tempos, e a "rebeldia" da infância e da adolescência, a entrada "forçada" num convento e os primeiros tempos de verdadeira "conversão", juntando outras irmãs religiosas e reformando a vida consagrada.
Para quem não despende de tempo e/ou vontade para ler as Obras Completas de Santa Teresa, este livro é uma oportunidade para se deixar encantar pelo sonho de santa Teresa.
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