CHRISTOPH SCHÖNBORN (2014). Cristo na Europa. Uma fecunda interrogação. Prior Velho: Paulinas Editora. 48 páginas.
Um texto denso do Cardeal de Viena de Áustria, que foca a relação entre Cristianismo e Europa, com a sua identidade. Por um lado, o cristianismo como fundamento da Europa/Ocidente, mas, ao mesmo tempo, como um corpo estranho, cada vez mais estranho. Os valores da liberdade, da dignidade humana, de igualdade, emergiram com o Cristianismo. Todos filhos de Deus. Dignidade por sermos imagem de Deus, irredutível, pelo que não pode ser destruído. Unidade da espécie humana, na diversidade de pessoas e de culturas. A um momento, o Cristianismo trouxe ao Ocidente valores da vida, da dignidade, da igualdade. Noutro momento parece que a Europa prescinde do cristianismo para se sentir plenamente livre.
O cristianismo sempre foi estranho ao império, ao poder. É um fundamento bíblico. O próprio Jesus, na Oração Sacerdotal, o acentua, dizendo que os discípulos estão no mundo mas não são do mundo. No entanto, quando o cristianismo assume a sua missão, ser no mundo como o sal na comida, sem estar a fazer concorrência com os poderes estabelecidos, tudo corre bem. Quando se coloca em concorrência com outros poderes, como sucedeu pela Idade Média, é mau para o cristianismo e para a Europa, para o poder.
Por outro lado, o facto de se verificar, por parte dos poderes do mundo, e da sociedade, rejeitarem ou privatizarem o cristianismo, a fé, a religião, isso não tem significado libertação, pelo contrário, assiste-se ao recrudescer da violência, da destruição, do não reconhecimento da dignidade humana e da própria inviolabilidade da vida humana.
O cristianismo é fundamento da Europa, do Ocidente. Por outro lado, deve permanecer estranho, para ser fiel a Cristo e um desafio para o mundo do nosso tempo.
30 páginas para refletir a Europa e a relevância do Cristianismo.
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