sexta-feira, 28 de abril de 2017

VL – Deus da Páscoa. Não é a Cruz que nos mata…

       Não, não é a Cruz que mata Jesus.
       Não, não é a Cruz que nos mata.
       O que mata Jesus é o nosso pecado, o nosso egoísmo, o nosso desamor.
       O que nos mata é a solidão, o colocar-nos como centro ou deixando que os outros nos endeusem. O que nos mata é a preguiça em amar e fazer o bem.
       Mata Jesus a prepotência, a corrupção, a idolatria, a intolerância.
       Morremos, não quando o coração falha ou o cérebro se desliga, mas quando deixamos de amar, quando deixamos de sentir a vida, o apelo dos outros, quando somos indiferentes ao sofrimento e necessidades dos irmãos.
       É na Cruz que Jesus é morto, mas nem a Cruz O impede de nos encontrar. Jesus não dá as costas à Cruz, enfrenta-a, carrega-a, mas não foge. Ressuscitado, traz na Sua carne, na Sua vida, as marcas da crucifixão. Vede as minhas mãos e o meu lado, Sou Eu, não temais. E de forma ainda mais incisiva a Tomé: vê, toca, as minhas chagas, Sou Eu, não é um fantasma ou um espírito.
       Poderíamos dizer, em contraponto, que não é a Cruz que nos salva, mas o amor de Jesus. Somos salvos por uma Cruz, mas não por uma cruz qualquer ou a cruz enquanto instrumento de tortura e de matança, mas por Aquele que leva o amor até às últimas consequências, até ao limite, enfrentando a injúria, os escarros e o escárnio, a flagelação e a morte cruenta na Cruz.
       O cristão não vive sem a Cruz. Sem a Cruz não existe Igreja, não existem cristãos. Mas, em definito, quem nos salva é Jesus que morreu na Cruz. Quem nos salva é Jesus que volta à vida. Não é a cruz mas a ressurreição que ilumina o nosso caminho para Deus. A cruz é memória e promessa. Recorda-nos o imenso amor de Deus por nós manifestado em Jesus Cristo. É promessa que desemboca na Ressurreição. Aquele que vimos esmagado pelo sofrimento, agredido violentamente, obrigado a carregar o travessão da cruz, exausto pelas vergastadas e pela perda de sangue, voltou à vida. Deus Pai, a Quem Se confiou, não O desapontou, ressuscitou-O. Ele vive e está no meio de nós.
       E de volta à vida, com as marcas da Paixão, Jesus carrega a mesma mensagem, enviando-nos: ide e anuncia o Evangelho a toda a criatura, curai os doentes, expulsai os demónios, comunicai a paz e a esperança, testemunhai o amor e a fidelidade de Deus, até ao fim do mundo.

Publicado na Voz de Lamego, n.º 4409, de 25 de abril de 2017

E se eles vêm da parte de Deus?!

       O tempo de Páscoa mostra como um grupo de pessoas - simples, com defeitos e limitações, hesitantes umas vezes, intempestivos outras, ora ignorantes ora ambiciosos, prontos para seguir Jesus e logo fogem com medo dos judeus - fizeram chegar o Evangelho a todo o mundo e ao século XXI, até nós. Com a Ressurreição e as aparições do Ressuscitado tornam-se corajosos, afoitos, sabendo que o Espírito de Deus os ampara e protege, sabendo também que não terão um tratamento mais leve do que teve o Mestre.
        Levantou-se um homem no Sinédrio, um fariseu chamado Gamaliel, doutor da Lei venerado por todo o povo, e mandou sair os Apóstolos por uns momentos. Depois disse: «Israelitas, tende cuidado com o que ides fazer a estes homens. Há tempos, apareceu Teudas, que dizia ser alguém, e seguiram-no cerca de quatrocentos homens. Ele foi liquidado e todos os seus partidários foram destroçados e reduzidos a nada. Depois dele, nos dias do recenseamento, apareceu Judas, o Galileu, que arrastou o povo atrás de si. Também ele pereceu e todos os seus partidários foram dispersos. Agora vou dar-vos um conselho: Não vos metais com estes homens: deixai-os. Porque se esta iniciativa, ou esta obra, vem dos homens, acabará por si mesma. Mas se vem de Deus, não podereis destuí-la e correis o risco de lutar contra Deus». Eles aceitaram o seu conselho. Chamaram de novo os Apóstolos à sua presença e, depois de os terem mandado açoitar, proibiram-nos falar no nome de Jesus e soltaram-nos. Os Apóstolos saíram da presença do Sinédrio cheios de alegria, por terem merecido serem ultrajados por causa do nome de Jesus. E todos os dias, no templo e nas casas, não cessavam de ensinar e anunciar a boa nova de que Jesus era o Messias (Atos 5, 34-42).
     
       Os apóstolos cumprem a missão de anunciar Jesus Cristo, crucificado e ressuscitado, em todas as ocasiões, no templo, na sinagoga, em casas particulares. Como em relação a Jesus, também em relação aos discípulos cedo se levanta a perseguição por parte das autoridades do Templo, pelos chefes do povo, se bem que surja sempre alguém a professar a fé em Jesus e depois nos apóstolos, ou pelo menos, a usar de tolerância. Nicodemos, um dos chefes dos judeus, aderiu a Jesus. José de Arimateia não se acomodou e deu a cara por Jesus ao emprestar-lhe o túmulo. Hoje, Gamaliel, convida os seus pares a usar de sabedoria, de bom senso: se a obra for humana morrerá por si mesma, como aconteceu em muitas situações no passado, mas se for de Deus não poderá ser destruída e estarão a lutar contra Deus.
       O discernimento de Gamaliel, doutor da Lei, é uma preciosa ajuda diante das dificuldades e das dúvidas e deixa-nos um desafio importante: quando não soubermos o que vem de Deus, o melhor é dar o benefício da dúvida, ou como nos diz Jesus, numa das parábolas, há que deixar crescer juntamente o trigo e o joio, até à hora da ceifa, para que não se destruam os dois com a desculpa de que se procura eliminar o joio...
       Ainda que seguindo as palavras de Gamaliel, as autoridades mandam açoitar os Apóstolos e proíbem-nos de ensinar.
       Por sua vez, os Apóstolos saem da presença das autoridades cheios de alegria por terem dado testemunho de Jesus na adversidade.

quarta-feira, 26 de abril de 2017

Jacinta: Grupo de Jovens de Tabuaço voltou ao Cinema

       No dia 11 de fevereiro, o Grupo de Jovens foi ao Cinema para ver o filme "Silêncio", de Martin Scorsese, baseado no romance, com o mesmo nome, da autoria de Shusaku Endo, católico japonês. Era um contexto que provocava reflexão, sobre a fé, sobre o martírio, sobre o testemunho cristão, sobre a negação da fé, procurando entender as situações de sofrimento e de perseguição.
       No âmbito do Centenário das Aparições, o filme "Jacinta", como outros que estão a sair para o mercado cinematográfico e televisivo, foi uma oportunidade para reunir o Grupo de Jovens numa atividade lúdica, cultural e religiosa, permitindo aprofundar os laços de amizade entre os membros do grupo e simultaneamente refletir sobre a mensagem de Fátima e das Aparições de Nossa Senhora aos Pastorinhos, desta feita a partir da figura mais nova, do seu olhar e da sua fé.
       Assim, no sábado 22 de abril, depois da Festa de São Vicente, partimos em direção a Vila Real para assistirmos a esta produção nacional de grande qualidade, forma séria de divulgar a mensagem e os acontecimentos de Fátima.

Paróquia de Tabuaço: Festa de São Vicente Ferrer 2017

       São Vicente Ferrer nasceu em Valencia, Espanha, em 1350. Entrou para os Dominicanos (Ordem dos Pregadores de São Domingos) com 17 anos. Nesta época, a Igreja Ocidental vivia o grande cisma, com dois Papas, um em Avinhão, na França, e outro em Roma, em Itália.
       Fez a sua profissão religiosa em 1368 e foi ordenado sacerdote em 1374.
       Andou por Espanha, França, Itália, Suíça, Bélgica, Inglaterra e Irlanda e muitas outras regiões, defendendo sempre a unidade da Igreja, o fim das guerras, o arrependimento e a penitência, como forma de esperar o regresso iminente de Cristo. Tornou-se uma das vozes mais respeitadas da Europa. 
       Exortava as pessoas à conversão: a vinda de Jesus Cristo está próxima. Vicente é, para a imaginação popular, “o pregador do fim do mundo”. Muitas vezes era chamado a intervir como árbitro de paz.
       Morreu no dia 5 de abril de 1419, na cidade de Vannes, Bretanha, na França.
       Foi canonizado pelo Papa Calisto III, em 1455.

       Em Tabuaço venera-se desde o séc. XV ou XVI. A povoação formou-se a partir de uma ermida erigida em sua honra, crescendo a partir daí. Não deveria ser muito distante da atual Capela.
A imagem de São Vicente representa-o com o traje dominicano. Na imagem original, teria asas, sendo visíveis dois buracos na parte superior das costas, onde estariam incrustadas as asas que entretanto desapareceram, por ser apelidado de “anjo do apocalipse”. Sentado aos pés, a judia que ele ressuscitou e que se converteu ao cristianismo.

       A 5 de abril celebra-se a memória litúrgica de São Vicente Ferrer. Tal como no ano anterior, também em 2017 a festa foi dividida por dois momentos, dois dias. No dia 5, a celebração da Santa Missa na Capela. No dia 22, sábado seguinte à Páscoa, Festa mais popular, com Procissão da Capela para a Igreja, celebração da Santa Missa, com as crianças e adolescentes da catequese, regresso da Procissão e da imagem de São Vicente sua capela. Havendo, depois, lugar para o convívio, com jantar e um grupo musical.

       Algumas fotos dos dois dias de festa:

Para as outras fotos disponíveis visitar a Paróquia de Tabuaço no Facebook.

Paróquia de Tabuaço: Semana Santa 2017

       A vivência da Semana Santa, a Maior da liturgia da Igreja, na medida em que se comemora, se celebra, se atualiza o mistério maior da fé cristã, a morte e a ressurreição de Jesus Cristo, tem uma importância significativa nas diferentes comunidades paroquiais e religiosas. A Paróquia de Nossa Senhora da Conceição de Tabuaço não é exceção, procurando, de ano para ano, envolver toda a comunidade, com a preciosa generosidades dos grupos paroquiais, disponibilizando tempo, recursos e boa vontade.


       A Semana Santa inicia com o Domingo de Ramos na Paixão do Senhor, este ano a 9 de abril. Pela manhã a bênção de Ramos na Capela de Santa Bárbara, prosseguindo em Procissão para a Igreja Matriz, onde se celebrou a Eucaristia, com a Leitura da Paixão do Senhor. À noite, pelas 21h00, no Adro da Igreja Matriz, a Via-Sacra paroquial, com preponderante participação e empenho da catequese, crianças e catequistas, e com o Grupo de Jovens, envolvendo diretamente o Grupo Coral e dos membros do Conselho Económico na logística e no som.
       O segundo momento importante e que vem a ser tradição, o Dia do Perdão, Dia da Adoração do Santíssimo Sacramento, solenemente exposto, assegurada pelos diversos grupos eclesiais e pela comunidade no seu conjunto. Com a Adoração do Santíssimo (em reserva na Capela de Santa Bárbara) durante o dia de sexta-feira, vivem-se aproximadamente as "24 Horas para o Senhor", iniciativa proposta pelo Papa Francisco e aqui transferida para o dia das Confissões comunitárias e para a sexta-feira santa.
       Chegámos ao Tríduo Pascal, com a celebração da Ceia do Senhor, em quinta-feira santa, comemorando a Instituição da Eucaristia e com a cerimónia do Lava-pés. No final, a trasladação do Santíssimo Sacramento para a Capela de Santa Bárbara.
       Na sexta-feira santa, a Adoração da Santa Cruz, com a Liturgia da Palavra em que se proclama o Evangelho da Paixão segundo São João. No final da celebração, e como em anos anteriores, a Procissão do Senhor Morto para a Capela de Santa Bárbara.
       O sábado Aleluia é o tempo de preparar a Igreja, os corações e a vida, a comunidade para a celebração festiva da Páscoa. A Vigília Pascal é um momento único de celebração, de fé e de devoção, com os diferentes momentos, a bênção do Lume Novo, a Liturgia da Palavra percorrendo toda a História da Salvação, a bênção da Água batismal, com o cantar das Ladainhas dos Santos, a Liturgia Eucaristia.
       O Domingo de Páscoa inicia cedo, pelas 8h00. Contando com uma vintena de pessoas, diretamente envolvidas, 4 gírios percorreram a Vila/Paróquia para anunciar de casa em casa a alegria da Ressurreição. A Visita Pascal conclui com a celebração da Missa solene de Páscoa e com a Procissão da Ressurreição.
       Algumas imagens das diferentes celebrações:
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