FRANCISCO (2016). O Nome de Deus é e Misericórdia. Lisboa: Planeta. 160 páginas
Vivemos o Jubileu Extraordinário da Misericórdia, convocado pelo Papa Francisco, e cujas motivações se encontram na Bula de Proclamação deste Ano Santo: Misericordiae Vultus (O Rosto da Misericórdia), dada ao mundo no dia 11 de abril de 2015, em Roma, véspera do II Domingo de Páscoa ou da Divina Misericórdia. A Bula vem anexada nesta publicação que ora recomendámos.
Andrea Tornielli é um conhecido e reconhecido vaticanista (jornalista acreditado pela Santa Sé e que acompanha de perto o Papa, quer no Vaticano, quer nas suas viagens apostólicas), e que ao longo do tempo tem escrito sobre os Papas.
Numa das primeiras Missas do Papa Francisco, na Igreja de Sant'Ana, no Vaticano, Andrea estava presente e ouviu as palavras do Papa Francisco: «A mensagem de Jesus é a misericórdia. Para mim, digo-o humildemente, é a mensagem mais importante do Senhor... O Senhor nunca se cansa de perdoar: jamais! Somos nós que nos cansamos de Lhe pedir perdão. Então, temos de dar graças por não nos cansarmos de pedir perdão, porque Ele jamais se cansa de perdoar».
Mais tarde numa das Homilias do Papa Francisco na Casa de Santa Marta: "Deus condena não com um decreto, mas com uma carícia... Jesus vai além da lei e perdoa, acariciando as feridas do nosso pecado".
Ou então: "A misericórdia é difícil de perceber: não apaga os pecados... o que apaga os pecados é o perdão de Deus... a misericórdia é a forma com que Deus perdoa... como o Céu: olhamos para o céu com muitas estrelas, mas quando nasce o Sol, com tantas luz, as estrelas não se veem. Assim a misericórdia de Deus: uma grande luz de amor, de ternura, porque Deus não perdoa por decreto, mas com uma carícia... acariciando as nossas feridas do pecado, porque Ele é o supremo perdão, a nossa salvação... É grande a misericórdia de Deus, é grande a misericórdia de Jesus: perdoa-nos e acaricia-nos"...
A partir daqui nasceu o propósito de entrevistar o Papa sobre a misericórdia, por maioria de razão após a convocação do Jubileu Extraordinário da Misericórdia. É este diálogo que nos é apresentado em livro e que explicita, ou sublinhada, os propósitos do Magistério do Papa Francisco e do Jubileu da Misericórdia.
Algumas citações:
"A misericórdia divina contagia a humanidade. Jesus era Deus, mas também era um homem, e na sua pessoa também encontramos a misericórdia humana... A misericórdia será sempre maior que qualquer pecado, ninguém pode impor um limite ao amor de Deus que perdoa... Ele é misericórdia, e porque a misericórdia é o primeiro atributo de Deus. É o nome de Deus".
"Misericórdia é a atitude divina que abraça, é o dom de Deus que acolhe, que perdoa. Jesus disse que não veio para os justos, mas para os pecadores... a misericórdia é o bilhete de identidade do nosso Deus... a misericórdia está profundamente ligada à lealdade de Deus".
"Falta a experiência concreta da misericórdia. A fragilidade dos tempos em que vivemos é também esta: acreditar que não existe a possibilidade da redenção, uma mão que te levanta, que te inunda de amor infinito, paciente, indulgente, que te volta a pôr no caminho certo".
APOSTOLADO DO OUVIDO:
"Tenho de dizer aos confessores: falem, ouçam pacientemente e acima de tudo digam às pessoas que Deus quer o seu bem. E se o confessor não pode absolver, que explique porquê, mas que não deixe de dar uma bênção, mesmo sem absolvição sacramental. O amor de Deus também existe para quem não está disponível para receber o sacramento: também aquele homem e aquela mulher, aquele rapaz e aquela rapariga são amados por Deus, desejosos de bênção. Sejam afetuosos com estas pessoas. Não as afastem. As pessoas sofrem. Ser confessor é uma grande responsabilidade. Os confessores têm à frente as ovelhas tresmalhadas que Deus tanto ama, se não lhes demonstrarmos o amor e a misericórdia de Deus, afastam-se e talvez nunca mais voltem. Por isso, abracem-nos e sejam misericordiosos, mesmo que não os possam absolver. Deem-lhes uma bênção..."
Citação do Papa Bento XVI:
«A misericórdia é na realidade o núcleo central da mensagem evangélica, é o nome de Deus, o rosto com que Ele se revelou na antiga Aliança e plenamente em Jesus Cristo, encarnação do amor criador e redentor. Este amor de misericórdia também ilumina o rosto da Igreja e se manifesta quer através dos sacramentos, especialmente o da reconciliação, quer com as obras de caridade, comunitárias e individuais. Tudo o que a Igreja diz e faz é a manifestação da misericórdia que Deus nutre pelo homem».
Citação do Papa João XXIII, na abertura solene do Concílio Vaticano II:
"A esposa de Cristo [a Igreja] prefere usar o medicamento da misericórdia em vez de abraçar as armas do rigor".
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