«Vós sois a luz do mundo. Não se acende uma lâmpada para a colocar debaixo do alqueire, mas sobre o candelabro, onde brilha para todos os que estão em casa. Assim deve brilhar a vossa luz diante dos homens, para que, vendo as vossas boas obras, glorifiquem o vosso Pai que está nos Céus» (Mt 5. 13-16) Jesus é esta luz que vem das alturas para iluminar toda a casa, o mundo inteiro.
Habituados que estamos à eletricidade, quando falha logo ficamos desnorteados e procuramos resolver o problema com uma vela, uma lanterna, com a luz do telemóvel…
Basta um lampejo de claridade e já nos orientamos. E se cada um de nós for essa pequena luz para os outros? E se juntarmos a nossa à luz do vizinho?
Jesus é a Luz que elimina as trevas. O tempo do obscurantismo já era com a vinda de Jesus, ainda que muitos recusem esta luz. Luz que radica na verdade, no serviço, no amor. A ignorância, a superstição, o desconhecido, provocam temor. Muitos servem-se do conhecimento para “dominarem” os outros, escravizando-os pela ameaça, pelo medo, diante de forças poderosas, que exigem sacrifícios e subserviência.
Ao longo da história muitos viveram à custa do medo alheio. Em terra de cegos, quem tem um olho é rei. A informação também é poder. Daqui também a relevância da educação, da cultura, da aprendizagem. O saber nunca é demais e nunca constitui um mal. Pelo contrário, pessoas bem informadas podem viver mais libertos.
A preocupação de Jesus é libertar-nos de todos os demónios e espíritos impuros, para vivermos como filhos de um Deus que nos ama tanto ao ponto de nos confiar do Seu Filho amado.
Perscrutando os sinais dos tempos, verifica-se que a informação, a evolução científica e tecnologia, a globalização do conhecimento, não redundou em mais humanidade. Nas palavras sábias de Bento XVI, a globalização tornou-nos vizinhos mas não irmãos.
Uma pequena estória. Um jovem da aldeia foi para uma grande cidade. Arranjou trabalho e alugou uma divisão, numa cave. Com o primeiro ordenado mandou colocar eletricidade. Verificou então que as paredes que antes, à luz das velas, pareciam brancas, afinal estavam escurecidas e com algumas manchas! A eletricidade ia permitir arrumar melhor a casa, tirar as nódoas do chão e das paredes e, logo que oportuno, pintar as paredes.
A luz expôs e tornou visível a sujidade, não a criou…
Publicado na Voz de Lamego, n.º 4376, de 30 de agosto de 2016
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