Paulo e Barnabé continuam em grande atividade missionária. Passam de uma a outra terra anunciando o Evangelho de Jesus Cristo, testemunhando-O com palavras mas também com gestos. Simultaneamente as dificuldades e as provações. Ora perseguidos, ora apedrejados, ora expulsos da cidade. O importante é perseverar em nome de Jesus Cristo, na certeza que Ele nos conduz à vida nova do Reino de Deus, não apenas no futuro mas desde já.
O encontro com Jesus ressuscitado provoca alegria e conduz ao testemunho firme. A fé, como o amor, quanto mais se partilha mais se aprofunda, se esclarece, amadurece. Um fé fechada, triste, vivida no isolamento, é uma fé condenada a morrer. A fé em Jesus Cristo leva ao encontro dos outros, transbordando em alegria o testemunho do encontro com o Mestre dos Mestres. Desde a conversão, São Paulo nunca mais cessou de testemunhar Jesus Cristo, independentemente das condições serem ou não favoráveis.
"Chegaram uns judeus de Antioquia e de Icónio, que aliciaram a multidão, apedrejaram Paulo e arrastaram-no para fora da cidade, dando-o por morto. Mas, tendo-se reunido os discípulos à sua volta, ele ergueu-se e entrou na cidade. No dia seguinte, partiu com Barnabé para Derbe. Depois de terem anunciado a boa nova a esta cidade e de terem feito numerosos discípulos, Paulo e Barnabé voltaram a Listra, a Icónio e a Antioquia. Iam fortalecendo as almas dos discípulos e exortavam-nos a permanecerem firmes na fé, «porque – diziam eles – temos de sofrer muitas tribulações para entrarmos no reino de Deus». Estabeleceram anciãos em cada Igreja, depois de terem feito orações acompanhadas de jejum, e encomendaram-nos ao Senhor em quem tinham acreditado. Atravessaram então a Pisídia e chegaram à Panfília. Depois anunciaram a palavra em Perga e desceram até Atalia. De lá navegaram para Antioquia, de onde tinham partido, confiados na graça de Deus, para a obra que acabavam de realizar. À chegada, convocaram a Igreja, contaram tudo o que Deus fizera com eles e como abrira aos gentios a porta da fé. Demoraram-se ali bastante tempo com os discípulos" (Atos 14, 19-28).
No Evangelho, as palavras de Jesus preparam-nos para o tempo em que Ele não estará nem Se fará sentir fisicamente:
Disse Jesus aos seus discípulos:
«Deixo-vos a paz, dou-vos a minha paz. Não vo-la dou como a dá o mundo. Não se perturbe nem intimide o vosso coração. Ouvistes que Eu vos disse: Vou partir, mas voltarei para junto de vós. Se Me amásseis, ficaríeis contentes por Eu ir para o Pai, porque o Pai é maior do que Eu. Disse-vo-lo agora, antes de acontecer, para que, quando acontecer, acrediteis. Já não falarei muito convosco, porque vai chegar o príncipe deste mundo. Ele nada pode contra Mim, mas é para que o mundo saiba que amo o Pai e faço como o Pai Me ordenou» (Jo 14, 27-31a).
A paz, como muitas vezes se refere, não é apenas, ou não há de ser apenas, a ausência de guerra, ainda que seja um objectivo. A paz brota do interior, de um coração em paz consigo, com os outros, com o mundo, em Deus. É esta a paz que Jesus vem trazer, uma paz comprometida com o outro, com a transformação do mundo. Um paz que se funda na caridade, que brota do amor, que conduz a Deus.
Neste sentido, paz não é mero deixar andar (“Laissez faire, laissez passer, lê monde va de lui même”- em tradução livre: deixa fazer, deixa passar, o mundo avança de qualquer jeito). A paz que Jesus nos dá é pro-ativa, exige de nós, compromete-nos, leva-nos à ação, a procurar o bem, a justiça, a verdade. Brota do amor. E o amor traduz-se em gestos concretos, em compromissos efetivos. Não precisamos de transformar o mundo inteiro, precisamos de harmonizar a nossa vida, com o amor de Deus, fazendo com que as nossas palavras e obras revelem alegria, esperança, amor, perdão, vida nova.
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