...Um fariseu convidou-O para comer em sua casa. Jesus entrou e tomou lugar à mesa. O fariseu admirou-se, ao ver que Ele não tinha feito as abluções antes de comer. Disse-lhe o Senhor: «Vós, os fariseus, limpais o exterior do copo e do prato, mas o vosso interior está cheio de rapina e perversidade. Insensatos! Quem fez o interior não fez também o exterior? Dai antes de esmola o que está dentro e tudo para vós ficará limpo» (Lc 11, 37-41).
Um dos gestos obrigatórios
para os judeus eram as abluções, antes da refeição, lavar as mãos e
eventualmente a cara. É uma questão prática e higiénica. Mas
converteu-se em rito religioso. Jesus ignora o gesto e senta-se para
tomar a refeição. Não deve ter sido inocente. Talvez uma provocação de
Jesus para suscitar a reflexão. E a reflexão é clara: a insistência não
deve ser no aspeto exterior, mas na vivência interior e que esta, por
sua vez, possa traduzir-se com atitudes e gestos concretos na relação
com o nosso semelhante.
Obviamente que o copo como o prato devem estar limpos também no
exterior e o aspecto ajuda à refeição, mas como seria se o prato
estivesse limpo por fora mas sujo por dentro?! A prioridade é o
interior, a conversão ao bem, à verdade, à justiça...
Se algumas dúvidas existiam, agora tudo fica mais claro: as obras comprovam a fé professada, dão-lhe vida, sustentam-na e aprofundam-na. Uma fé sem obras é inútil, é balofa, oca. Aliás, se a fé é autêntica ela conduz ao compromisso. Por conseguinte, dizer que se tem uma grande fé é desnecessário, as obras mostram, num e noutro sentido.
Jesus, assim, contrapõe o ritualismo à vivência da caridade. De pouco adianta cumprir todas as exigências da Lei, se não houver conversão do coração, transformação da vida, compromisso com o nosso semelhante. A esmola purifica o nosso interior e o nosso exterior...
Dizia Blaise Pascal, que quando não vivemos como pensámos, acabamos por pensar como vivemos. Por outras palavras, o nosso exterior deve ser a expressão do que somos, do nosso interior, devemos viver de acordo com os nossos princípios éticos, sociais, culturais, religiosos. Se nos deixamos levar pela maré, acabamos por justificar, ou tentar justificar, aquilo que, por princípio está errado. Jesus insiste na necessidade de voltarmos o nosso olhar para o interior, onde nos podemos encontrar com Deus.
Dizia Blaise Pascal, que quando não vivemos como pensámos, acabamos por pensar como vivemos. Por outras palavras, o nosso exterior deve ser a expressão do que somos, do nosso interior, devemos viver de acordo com os nossos princípios éticos, sociais, culturais, religiosos. Se nos deixamos levar pela maré, acabamos por justificar, ou tentar justificar, aquilo que, por princípio está errado. Jesus insiste na necessidade de voltarmos o nosso olhar para o interior, onde nos podemos encontrar com Deus.
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