TERESA POWER (2021). Todos os dias da nossa vida. Prior Velho: Paulinas Editora. 128 páginas.
Este é um livro que procura de testemunhar 25 anos de matrimónio. A autora, Teresa Power, percorre os 25 anos de compromisso a partir das leituras, das orações e do compromisso no dia do matrimónio. E como que distribui ou textos pelo tempo de encontro e namoro, o momento do consentimento e os vinte cinco anos de vida de casados, com o nascimento dos filhos e da vida familiar.
O compromisso inicial, concretiza-se nas dificuldades e nas bênçãos, na gravidez e o nascimento de um e outro filho, o crescimento, a educação, as opções. A alegria cresce à medida que a família aumenta. Os momentos de oração em família, a participação na missa do domingo e escuta da palavra. Todos os dias, a oração de bênção à refeição, com música e cânticos, a oração do terço, as leituras diárias da Missa, fazem parte do compromisso da educação na fé dos filhos. Os pais rezam e os filhos aprendem naturalmente a rezar e a apreciar o ambiente orante.
A história da salvação, narrada da Bíblia, é também a nossa história, a história da família. Sete filhos vivos, que são uma bênção, mas também o filho que morreu. A doença e o definhar desse filho envolveu lágrimas e lamentos, mas muita oração e a presença permanente, ora do pai ora da mãe.
É um livro que se lê com muita facilidade. Em cada página escrita transparece vida, fé, a gratidão.
Vejamos o livro sugerido na plataforma iMissio, por Bento de Oliveira:
"Esta é a história de uma vivência partilhada, uma história real, contada na primeira pessoa. Usa uma linguagem límpida e corrente por onde escorre uma comunicação ardente e entusiasmante!… A autora adianta, na Introdução, algumas das motivações que a forçaram a fazer esta partilha – «Quando, há um quarto de século atrás, o Niall e eu celebrámos o nosso matrimónio, não sabíamos que estávamos a iniciar uma história bíblica» – e acrescenta, então a razão maior: «Escrevi este livro para nunca me esquecer deste milagre… como oração de louvor, de súplica e de ação de graças.»
Extravasa do coração da autora o impulso de uma palavra que a força como um dever «para que outras famílias se deem conta de que a história de cada um é uma história bíblica» … ainda que para alguns, no decurso de tempos envoltos em névoa, sintam obliterado o céu.
Teresa Power é mãe de uma família de 8 filhos. Fundadora, junto com o marido, Niall, de um novo movimento laical, as Famílias de Caná, que pretende revitalizar a espiritualidade familiar. Teresa traz agora a público algumas das experiências espirituais que vive em família.
Para esses, especialmente, foi escrito este livro que os ajudará, sem dúvida, a (re)descobrir «o amor deste Deus imenso que nos dá não duas, mas infinitas oportunidades de regresso a Ele» … e às muralhas da família que Ele habita e que sempre cobre de bênção sempre que comungada".
Fonte: iMissio - Livro da Semana
Algumas expressões da autora:
Nenhum de nós pode escolher os membros da sua família: não escolhemos os pais, não escolhemos os filhos, não escolhemos os tios ou sobrinhos, os avós ou os netos, os sogros ou as noras. Há uma única pessoa da nossa família, uma única, que podemos escolher: o nosso cônjuge. Não é irónico ver que cada vez mais pessoas parecem errar na única escolha livre lhes é dado fazer?O amor, por definição, não tem fim. Ninguém ama a prazo. Ninguém ama sem ser loucamente, absurdamente, para sempre. Dizia Pier Giorgio Frassati: «O amor nunca diz: já chega». Porque o amor não é um sentimento, que hoje se experimenta e amanhã já mudou. O amor, diz Jesus, é o mandamento: Este é o meu mandamento: amai-vos uns aos outros como Eu vos amei (Jo 15, 12).Um dia a nossa vida era perfeita, no dia seguinte acordamos no hospital pediátrico. Apesar de ambos estarmos já familiarizados com morte, o Niall de um irmão, eu do meu pai, a doença Tomás apanhou-nos totalmente desprevenidos. Agora, 14 anos depois destes dois meses no hospital pediátrico, falamos da morte com frequência. Porque não lhe temos mais medo. Porque sabemos que ela já não nos pode matar, antes nos projeta na vida.Filho não é um direito, o filho é um dom. Nunca faremos nada que mereça tamanha graça de Deus. O filho ultrapassa-nos sempre, vem de nós, mas não nos pertence, nasce do nosso corpo, mas traz em si uma semente de eternidade.A mãe dá luz, o pai precisa de cortar o cordão umbilical, uma e outra vez; a mãe dá colo, o pai lança o filho ao ar, em contínuos movimentos de vaivém - a brincar e na vida real; a mãe dá o leite, o pai dá o alimento sólido; a mãe abriga, o pai desafia; a mãe transporta o filho um abraço, para que viva ao ritmo de seu coração; o pai transporta-o às cavalitas - para que veja mundo, bem apoiado no seus ombros.Estamos decididos a batizá-los [os filhos] poucos dias depois de nascer, para que não percam um só dia da graça que Deus lhes quer oferecer. E a levá-los à missa todos os domingos da sua vida no meio de nós. Porque não há forma mais excelente de os fazer a experimentar o Céu na Terra que a Eucaristia... Mas não podemos falhar no nosso dever primeiro de os levar a Casa do Pai, domingo após domingo, e de os ensinar a conversar com Ele, dia após dia. É que antes de serem nossos filhos, são filhos de Deus...
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