sexta-feira, 2 de outubro de 2009

Quando o ZERO conta...

O zero sentia-se triste.
Olhava para aquela sua barriga e achava-se feio.
Gostava de ser esguio como o 1, elegante como o 4, belo como o 7 ou pelo menos poder esticar uma haste como o 6 ou o 9.
Mas o que mais o entristecia é que não valia nada.
Não passava de um zero. será que tinha sido feito por Deus?
Certamente que não, pois então teria valor.
Mas era sem dúvida obra dos homens
que por vezes fazem coisas sem valor algum.
E ele era um deles.
Contudo, o zero não se resignava à sua triste sorte. E como fazer?
Disse então para consigo:
"Já sei o que vou fazer.
Em vez de ir sempre ocupar o primeiro lugar
quando me junto aos meus 9 companheiros,
irei colocar-me em último".
E assim fez.
No primeiro encontro que teve com alguns companheiros,
ficou em último lugar
e descobriu que se colocado à direita valia muito.
Assim, em vez de 9 presentes a distribuir, eram 90.
A sua tristeza mudou-se em alegria.
Afinal, a sua grandeza estava em ser humilde.
Também ele era tão importante como os outros números.

In Juvenil, Outubro 2009, n.º 530.

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