São Martinho de Tours nasceu em 316, na cidade de Sabaria, Panónima, e era filho de um tribuno romano. Entretanto acompanha o pai para Pavia e logo que atinge a idade de recrutamento, com quinze anos, entra para a armada romana, incorporado a guarda pessoal do imperador.
O regimento de Martinho desloca-se para a Gália, para Amiens, cenário da lenda da capa. Um inverno rigoroso. Num dia em que transpunha o portão da cidade, deparou com um pobre mendigo esfarrapado. Vendo que ninguém o acudia, ele mesmo, com a espada, rasgou a sua capa militar e deu metade ao pobre mendigo. A capa militar pertencia ao exército, pelo que não podia ser vendida ou dada. O cortá-la a meio foi uma forma de dar conservando a posse militar. Os colegas de armas fizeram troça dele. Nessa noite, teve uma visão em que via Jesus Cristo com a metade da capa vestida. Concluiu que foi com Cristo que dividiu a capa.
No dia seguinte, em nova visão, ouviu uma voz que lhe disse: "Cada vez que fizeres o bem ao mais pequeno dos meus irmãos é a mim que o fazes". Doravante passou a ver os cristãos com outros olhos.
Entretanto converteu-se ao cristianismo, fez-se catecúmeno, recebendo depois o baptismo. Apresentou-se ao seu general para lhe dizer que passava a servir a Jesus Cristo. Pouco depois foi liberto do serviço militar.
Viajou para Poitiers e engrossou o grupo dos discípulos de São Hilário, sábio e santo bispo. Para visitar os pais, voltou à Lombardia e pelo percurso terá sido assaltado, tendo conseguido que um dos ladrões se convertesse ao cristianismo.
Em 361, depois de um exílio forçado de São Hilário, para Oriente, junta-se-lhe em Poitiers. Isoulou-se arrastando consigo diversos monges, formando a Abadia Beneditina de Ligugé, mas o isolamento não o impediu de uma pregação constante pela Gália (França). Em 371/372, o segundo bispo de Tours, São Lidório, morreu, quiseram elegê-lo para Bispo, mas manteve surdo. Então um certo Rústico, rico cidadão, suplicou-lhe que viesse visitar a esposa gravemente doente. Sem suspeitar de nada entrou na cidade, a aclamação popular forçou-o a aceitar ser bispo de Tours, ainda que com a relutância de alguns dignitários eclesiásticos. Consolidou a fé e diante dos imperadores defendeu sempre a Igreja.
Em 27 anos de bispo ganhou o carinho de todo o seu povo.
Numa última visita a Roma, foi a Candes, um dos centros religiosos da diocese de Tours, foi atacado pela doença e aí viria a falecer. Pediu para ser levado ao presbitério da Igreja, morrendo em 397, com 81 anos de idade. O seu corpo foi levado para a cidade de Tours onde chegou a 11 de Novembro.
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