sábado, 24 de julho de 2010

XVI Domingo do Tempo Comum - ano C - 25 de Julho

       1 – "Pedi e dar-se-vos-á; procurai e encontrareis; batei à porta e abrir-se-vos-á. Porque quem pede recebe; quem procura encontra e a quem bate à porta, abrir-se-á" (Evangelho).
       Os discípulos pedem a Jesus que os ensine a rezar e Jesus responde com a mais bela e simples oração conhecida. Em que em breves palavras desvenda-se todo o conteúdo do Evangelho. Uma certeza nos dá Jesus: a oração tem os seus efeitos e sempre é atendível por Deus.
       Como o Pai ou a Mãe que sempre procuram responder favoravelmente aos filhos, assim Deus não deixa de Se compadecer de todos aqueles que a Ele recorrem de coração sincero. Não são necessárias muitas palavras, mas que estas saltem do coração, orientadas para o nosso e para o bem alheio.
       "Pedi e recebereis", é a certeza que Jesus deixa aos discípulos de todos os tempos.
       2 – Na primeira leitura, Abraão como que testa a paciência e bondade de Deus. Dessa forma, Abraão revela a todo o povo a sua fé num Deus bom, generoso, pronto a perdoar e a compreender as limitações humanas, disponível para ir sempre mais longe.
       O povo de Sodoma e Gomorra vive no pecado e, na linguagem simbólica da Palavra de Deus, são merecedores do castigo. Abraão intercede em atenção a 50 justos, quarenta, trinta, em atenção a 10 justos, para que não sejam castigados os justos pelos pecadores. Deus responde: "Em atenção a esses dez, não destruirei a cidade".
       Na continuação da Leitura, pode ver-se que nem cinco justos havia na cidade, e estes são salvos partindo para outra terra.
       No contexto circundante, Deus é todo-poderoso, irado, pronto a destruir, a castigar, inimigo do ser humano. Com Abraão, é-nos revelado um rosto mais humano de Deus, benevolente, pronto para a misericórdia. Abraão aproxima-se do rosto que muitos séculos depois será revelado por Jesus: Deus como Pai.
       A mesma confiança em Deus é demonstrada pelo salmista: "A vossa mão direita me salvará, o Senhor completará o que em meu auxílio começou. Senhor, a vossa bondade é eterna, não abandoneis a obra das vossas mãos".

       3 – Este amor sem limites, com efeito, revela-se plenamente em Jesus Cristo. O Filho de Deus revela-nos que Deus é Pai e que diante d'Ele somos irmãos. A oração do Pai-nosso assume esta revelação e este compromisso, como filhos tornarmo-nos verdadeiramente irmãos, na construção de um mundo mais justo e fraterno, fazendo do amor e do perdão as armas que nos aproximam uns dos outros.
       "Quando orardes, dizei: ‘Pai, santificado seja o vosso nome; venha o vosso reino; dai-nos em cada dia o pão da nossa subsistência; perdoai-nos os nossos pecados, porque também nós perdoamos a todo aquele que nos ofende; e não nos deixeis cair em tentação’".
       E como nos tornamos filhos e herdeiros em Jesus Cristo?
       Pela Sua morte e ressurreição, como nos lembra São Paulo. "Sepultados com Cristo no baptismo, também com Ele fostes ressuscitados pela fé que tivestes no poder de Deus que O ressuscitou dos mortos" (Segunda Leitura). É este o mistério maior da nossa fé, e que nós tornamos presente em cada Sacramento, em particular no da Eucaristia, mas desde logo no Sacramento do Baptismo, no qual através da água e sobretudo do Espírito Santo nos tornamos novas criaturas para Deus.
       A nossa oração é filial. Jesus, como O tinha anunciado, intercede por nós junto do Pai, através do Espírito de Amor. É d'Ele que vem a nossa confiança em Deus, mas é uma confiança comprometida/partilhada com o nosso semelhante.
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Textos para a Eucaristia (ano C): Gen 18,20-32; Salmo 137 (138); Col 2,12-14; Lc 11,1-13

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