Irmã Gabriela, que cuidava da recepção, vendo-o chegar tão ansioso e arrasado, pergunta-lhe o que está acontecendo, se ele está sofrendo ou se necessita de alguma coisa.
"Não" - responde ele -. "Eu só estou precisando de repouso, sem que ninguém me incomode." Não obstante, a religiosa lhe oferece uma bebida, um chá de ervas, e volta ao seu posto.
Pouco depois, uma senhora desconhecida se apresenta, e pede para falar com Cottolengo. Com uma voz maravilhosamente suave, ela diz, com muita delicadeza, que, longe de contrariar o Padre, a sua visita lhe seria agradável, e pediu que Irmã Gabriela, a encarregada da portaria, passasse por cima da ordem recebida - a de não incomodá-lo -, e que o chamasse.
Espantada com as doces palavras pronunciadas, a irmã fixa os olhos na sua interlocutora e nota-lhe um porte tão majestoso, os olhos tão brilhantes que ela se sente tomada por um grande sentimento de admiração e respeito, a ponto de não mais ousar dirigir-lhe o olhar.
Irmã Gabriela corre, então, para avisar Cottolengo e lhe descreve o ar distinto e majestoso da Senhora que chegara.
Assim que Cottolengo chegou até onde estava a senhora, esta começou a consolá-lo de suas aflições e desgosto; encorajou-o, dizendo-lhe que devia confiar, sempre, na divina Providência. Em seguida, deu-lhe um anel com uma pedra preciosa, e disse: "Isto servirá para pagar uma parte de suas dívidas. O que restar dela será pago de outra forma." Ela o anima, novamente, e parte.
Irmã Gabriela que, durante este tempo, tentava adivinhar quem seria aquela senhora, desejava fixar seus olhos nela, antes que partisse; contudo, o respeito que lhe havia inspirado o seu primeiro olhar fora tão profundo, que ela não ousou levantar os olhos para contemplá-la.
Desejosa, entretanto, de saber alguma coisa de concreta, a irmã se dirigiu novamente para perto do padre e o encontrou repousado, rejuvenescido e bem feliz.
- Padre, disse-lhe toda contente, afinal, quem é esta senhora tão majestosa que eu não ousei olhar, não ousei fixar meus olhos em seus olhos?
- Esta senhora, respondeu-lhe o santo, não veio daqui debaixo, como a senhora possa, talvez, imaginar; e sim, do alto. Era a Santíssima Virgem.
Só então, contou-lhe o acidente que tivera, confessando-lhe que, se havia retornado à "Pequena Casa" tão transtornado, era porque um dos seus credores o havia ultrajado e maltratado na rua, de maneira brutal.
in Vida de São Joseph-Benoit Cottolengo de Monsenhor Constans, p.293
Pois é...Uma linda história que nos faz lembrar que mesmo nas maiores aflições, nunca estamos sós,pois podemos contar sempre com a Providência Divina.
ResponderEliminarObrigada, e boa semana
Beijinhos da Utilia
Obrigado, Utilia, por esta presença amiga no nosso espaço de reflexão, de encontro, de partilha, de comunhão na mesma fé e no mesmo Espírito.
ResponderEliminarConfiemo-nos à Providência, Deus nunca nos falta, mesmo quando O nosso coração não O sente.
Boa semana.