terça-feira, 1 de novembro de 2011

Solenidade de Todos os Santos - 1/Novembro

       1 – “Homens sede homens”. As palavras do Papa Paulo VI, em Fátima, no dia 13 de Maio de 1967, remetem-nos para a raiz da nossa identidade.
       Se levarmos a sério a nossa humanidade, na abertura aos outros e aos desafios que a vida nos coloca, chegaremos, como cristãos, à interpelação de Jesus: “sede perfeitos como é perfeito o vosso Pai celeste” (Mt 5, 48).
       Fomos criados à imagem e semelhança de Deus, não na aparência das formas, mas na capacidade de amar, de criar, de cuidar do mundo em que vivemos, de promover laços que nos relacionem reciprocamente no bem, na justiça e na paz.
       Em Cristo Jesus, com a Sua morte e ressurreição, somos assumidos como filhos de Deus e, concomitantemente, como irmãos de Jesus. Ele vem para viver a humanidade em plenitude e nos ensinar, com as Suas palavras e gestos, a viver humanamente. É a nossa natureza humana que Ele coloca à direita de Deus Pai, donde nos atrai constantemente.
       Temos as ferramentas para chegarmos ao Céu, como pessoas e como crentes. Ele desvendou-nos o mistério da nossa salvação.

       2 – A vocação universal à santidade, veiculada pelo Concílio Vaticano II, decorre da nossa identidade cristã. Não é uma opção aleatória, é uma consequência natural do ser cristão/cristã.
       O nosso compromisso baptismal aponta claramente nesse sentido: amar a Deus e ao próximo como Jesus nos ensinou, viver ao jeito do Mestre.
       Fez-Se um de nós, assumindo as nossas limitações e finitude, para nos elevar para Deus, para nos guiar pelo caminho da santidade. Vive humanamente, carrega, como filho de Deus, as nossas dores, sofrimentos e pecados, traz luz onde só existia treva. Na Sua cruz, Ele leva o amor até às últimas consequências, morre por amor à humanidade.
       Os SANTOS branquearam as suas vestes, a sua vida, no sangue do Cordeiro; neles a oração fez-se partilha solidária no serviço ao próximo. Iluminados em Cristo, pelo Espírito de Amor, transformaram a sua fé em dádiva a favor dos irmãos.

       3Cada um de nós é santo (em potência). Lembremos que os cristãos inicialmente eram, precisamente, chamados de santos. Ser cristão é ser santo, ou caminhar na santidade.
       A Igreja reconhece e propõe alguns como referência e estímulo, como promessa e como certeza que Deus continua a actuar na humanidade, em nós e através de nós.
       Eles fizeram o seu caminho – quer os que oficialmente são reconhecidos, quer os muitos e muitos santos que ficaram no anonimato, mas que vivem no coração de Deus –,  com mais ou menos dificuldades, mais popular ou mais discretamente, na família, na Igreja, na sociedade, nos conventos, nas missões, em ambientes cristãos, em lugares adversos ao cristianismo. Eles cumpriram, com a ajuda de Deus.
       Hoje, somos nós a geração dos que procuram o Senhor, que procuram a face de Deus”. Contudo, não caminhamos sozinhos. Deus caminha connosco. Envia-nos o Seu Filho que nos dá o Espírito Santo, com a Sua morte e ressurreição. Em cada Sacramento, o Espírito Santo devolve-nos Jesus Cristo.
       Caminham connosco, igualmente, os SANTOS que iluminam, exemplificam, testemunham, com as suas vidas e intercessão, a vida nova que receberam de Deus.
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Textos para a Eucaristia (ano C): Ap 7,2-4.9-14; 1Jo 3,1-3;  Mt 5,1-12

Reflexão na página da Paróquia de Tabuaço
(Reposição da reflexão de 2010)

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