Quando Abraão por fim morreu e foi enterrado ao lado da sua esposa Sara, Isaac herdou toda a sua riqueza.
Deus abençoou-o, assim como havia abençoado Abraão, e Isaac prosperou.
Com o passar do tempo, a sua esposa Rebeca ficou grávida e teve gémeos. O primeiro a nascer era ruivo e coberto de cabelos. Ela chamou-lhe Esaú, nome derivado de uma palavra que na sua língua significava “peludo”.
O segundo filho nasceu com a mão agarrada ao pé do seu irmão. Ela chamou-lhe Jacob, nome derivado de uma palavra que significava “calcanhar”.
Esaú cresceu e tornou-se forte e activo. Adorava a vida ao ar livre e tornou-se um hábil caçador. Este facto fez com que Isaac se afeiçoasse muito a ele: adorava comer a carne dos animais que o seu filho mais velho trazia da caça.
Jacob preferia os confortos do lar. Era reservado e atencioso e esse facto fazia dele o preferido de sua mãe.
Um dia, Jacob encontrava-se em casa a cozinhar uma panela de sopa de feijão quando Esaú regressou da caça.
“Estou faminto!” – exclamou ele. “Dá-me a comer um pouco dessa sopa”.
“Talvez” – respondeu Jacob, mantendo o seu irmão afastado da comida. “Mas apenas se prometeres que posso ficar com todos os privilégios que possuis como filho mais velho: gostaria de ser aquele que irá herdar a riqueza do nosso pai”.
“Ora!” – exclamou Esaú, enquanto se detava derreado pelo cansaço. “O que interessa o que cada um de nós irá herdar quando o nosso pai morrer? Eu é que morrerei de fome se não comer de imediato. Sim, podes ficar com tudo o que quiseres”.
Desta forma impensada, Esaú abdicou dos direitos valiosos que lhe cabiam por nascimento em troca de uma tigela de sopa.
Mónica Aleixo, in Boletim Voz Jovem, outubro 2011.
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