Lembrai-vos disto: Quem semeia pouco também colherá pouco e quem semeia abundantemente também colherá abundantemente. Dê cada um segundo o impulso do seu coração, sem tristeza nem constrangimento, porque Deus ama aquele que dá com alegria. E Deus é poderoso para vos cumular de todas as graças, de modo que, tendo sempre e em tudo o necessário, vos fique ainda muito para toda a espécie de boas obras, como está escrito: «Repartiu com largueza pelos pobres; a sua justiça permanece para sempre». Aquele que dá a semente ao semeador e o pão para alimento também vos dará a semente em abundância e multiplicará os frutos da vossa justiça. Sereis enriquecidos em tudo e podereis praticar a mais larga generosidade, que fará subir, por nosso intermédio, a acção de graças a Deus (2 Cor 9, 6-11).
Em tempo de carestia, numa crise económico-financeira, que certamente teve e tem origem numa crise de valores, de critérios, de referências fundamentais, as palavras de São Paulo são incisivas quanto à necessidade de sermos solidários, darmos com alegria, e com a certeza que Deus nos cumulará de todas as graças.
Não podemos mais olhar para o lado, como se nada tivesse a ver connosco. O nosso discurso tem que dar lugar à vida, a gestos concretos de caridade, de serviço, de atenção aos mais necessitados. Se acharmos que podemos enriquecer, esquecendo os que nos rodeiam, estamos enganados, mesmo que não ponhamos na nossa vida a dimensão religiosa - como se isso fosse possível -, porque mais tarde ou mais cedo aqueles que nada têm, não têm nada a perder e acontece o que se vem a verificar, a revolta, as roubos, os assaltos...
Para o cristão, a sementeira são as boas obras da caridade.
Como nos lembra o Frei Ventura, em entrevista concedida a Mário Crespo, quando o povo passa fome, o rei não tem o direito de comer faisão...
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