1 – "Quando chegou o dia de Pentecostes, os Apóstolos estavam todos reunidos no mesmo lugar. Subitamente, fez-se ouvir, vindo do Céu, um rumor semelhante a forte rajada de vento, que encheu toda a casa onde se encontravam. Viram então aparecer uma espécie de línguas de fogo, que se iam dividindo, e poisou uma sobre cada um deles. Todos ficaram cheios do Espírito Santo e começaram a falar outras línguas, conforme o Espírito lhes concedia que se exprimissem... a multidão reuniu-se e ficou muito admirada, pois cada qual os ouvia falar na sua própria língua".
São Lucas, no seu segundo livro - Actos dos Apóstolos -, após nos ter narrado o episódio da Ascensão de Jesus ao Céu, apresenta-nos o Pentecostes como manifestação/envio do Espírito Santo sobre os Apóstolos reunidos.
Continuamos no mesmo contexto pascal: ressurreição de Jesus, Ascensão para junto do Pai e envio do Espírito Santo. A Páscoa de Jesus Cristo traz um tempo novo, para os discípulos e para todos os que se abrem à acção do Espírito Santo.
As Festas Pascais, na cidade santa de Jerusalém, reúnem judeus vindos de diversos lugares, da Judeia, da Galileia, da Grécia, de povos vizinhos por onde se tinham espalhado. Regressam cada ano para celebrar o Deus Libertador, a passagem da escravidão para a liberdade, do Egipto para a terra da promessa.
Quando se dá a manifestação do Espírito Santo, há muita gente na cidade.
Com agitação, as pessoas aproximam-se para ver o que sucede. Os Apóstolos, cheios do Espírito Santo, começam a falar abertamente, sem medo. Nasce a comunidade. Os que acreditam, são baptizados, recebem também a graça do Espírito Santo. Forma-se a assembleia crente.
2 – O acolhimento do Espírito Santo não é individual nem egoísta. Derramado sobre os Apóstolos e sobre a multidão, o envio do Espírito Santo implica compromisso e missão. Os discípulos, com o Espírito Santo, assumem a missão de dar testemunho de Jesus Cristo. Aqueles que ouvem, inspirados pelo Espírito Santo, compreendem as palavras humanas que comunicam a Palavra de Deus. Só no Espírito Santo poderemos compreender e acolher o mistério que nos é dado por Deus.
Jesus, ao dar o Espírito Santo, compromete os discípulos.
"Jesus disse lhes de novo: «A paz esteja convosco. Assim como o Pai Me enviou, também Eu vos envio a vós». Dito isto, soprou sobre eles e disse-lhes: «Recebei o Espírito Santo: àqueles a quem perdoardes os pecados ser-lhes-ão perdoados; e àqueles a quem os retiverdes serão retidos».
Doravante, a paz que receberam alargar-se-á a todos os que encontrarem. Como Jesus é enviado do Pai, assim envia os Seus seguidores, para que se tornem dispensadores das graças de Deus, do perdão, da misericórdia e da caridade.
3 – Antes de partir, Jesus, na Oração Sacerdotal, manifestou um desejo muito concreto, que todos os que acreditavam e todos os que viessem a acreditar se tornassem um como Ele e o Pai são UM. O projecto da unidade dos cristãos, e de toda a humanidade, não foi inventado, é um desígnio de salvação claramente expresso e vivido por Jesus.
O Pentecostes mostra como facilmente se vive a unidade, a assembleia, no acolhimento do Espírito. Todos compreendem a linguagem da caridade e do bem, todos compreendem na sua própria língua. Não são precisos tradutores. Ainda que sejamos diferentes, ainda que falemos línguas diversas.
Como nos diz sabiamente o Apóstolo São Paulo: "Há diversidade de dons espirituais, mas o Senhor é o mesmo. Há diversas operações, mas é o mesmo Deus que opera tudo em todos. Em cada um se manifestam os dons do Espírito para o bem comum... todos nós - judeus e gregos, escravos e homens livres - fomos baptizados num só Espírito, para constituirmos um só Corpo. E a todos nos foi dado a beber um único Espírito".
Recebemos o mesmo baptismo. Fomos resgatados pelo mesmo sangue, o de Jesus Cristo, que deu a vida por nós. Se a origem é a mesma, a meta há-de ser a mesma: DEUS.
Textos para a Eucaristia (ano A): Act 2,1-11; 1 Cor 12,3b-7.12-13; Jo 20,19-23.
Reflexão Dominical na página da Paróquia de Tabuaço
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