O tempo de Páscoa mostra como um grupo de pessoas - simples, com defeitos e limitações, hesitantes umas vezes, intempestivos outras, ora ignorantes ora ambiciosos, prontos para seguir Jesus e logo fogem com medo dos judeus - fizeram chegar o Evangelho a todo o mundo e ao século XXI, até nós. Com a Ressurreição e as aparições do Ressuscitado tornam-se corajosos, afoitos, sabendo que o Espírito de Deus os ampara e protege, sabendo também que não terão um tratamento mais leve do que teve o Mestre.
Levantou-se um homem no Sinédrio, um fariseu chamado Gamaliel, doutor da Lei venerado por todo o povo, e mandou sair os Apóstolos por uns momentos. Depois disse: «Israelitas, tende cuidado com o que ides fazer a estes homens. Há tempos, apareceu Teudas, que dizia ser alguém, e seguiram-no cerca de quatrocentos homens. Ele foi liquidado e todos os seus partidários foram destroçados e reduzidos a nada. Depois dele, nos dias do recenseamento, apareceu Judas, o Galileu, que arrastou o povo atrás de si. Também ele pereceu e todos os seus partidários foram dispersos. Agora vou dar-vos um conselho: Não vos metais com estes homens: deixai-os. Porque se esta iniciativa, ou esta obra, vem dos homens, acabará por si mesma. Mas se vem de Deus, não podereis destuí-la e correis o risco de lutar contra Deus». Eles aceitaram o seu conselho. Chamaram de novo os Apóstolos à sua presença e, depois de os terem mandado açoitar, proibiram-nos falar no nome de Jesus e soltaram-nos. Os Apóstolos saíram da presença do Sinédrio cheios de alegria, por terem merecido serem ultrajados por causa do nome de Jesus. E todos os dias, no templo e nas casas, não cessavam de ensinar e anunciar a boa nova de que Jesus era o Messias (Atos 5, 34-42).
Os apóstolos cumprem a missão de anunciar Jesus Cristo, crucificado e ressuscitado, em todas as ocasiões, no templo, na sinagoga, em casas particulares. Como em relação a Jesus, também em relação aos discípulos cedo se levanta a perseguição por parte das autoridades do Templo, pelos chefes do povo, se bem que surja sempre alguém a professar a fé em Jesus e depois nos apóstolos, ou pelo menos, a usar de tolerância. Nicodemos, um dos chefes dos judeus, aderiu a Jesus. José de Arimateia não se acomodou e deu a cara por Jesus ao emprestar-lhe o túmulo. Hoje, Gamaliel, convida os seus pares a usar de sabedoria, de bom senso: se a obra for humana morrerá por si mesma, como aconteceu em muitas situações no passado, mas se for de Deus não poderá ser destruída e estarão a lutar contra Deus.
O discernimento de Gamaliel, doutor da Lei, é uma preciosa ajuda diante das dificuldades e das dúvidas e deixa-nos um desafio importante: quando não soubermos o que vem de Deus, o melhor é dar o benefício da dúvida, ou como nos diz Jesus, numa das parábolas, há que deixar crescer juntamente o trigo e o joio, até à hora da ceifa, para que não se destruam os dois com a desculpa de que se procura eliminar o joio...
Ainda que seguindo as palavras de Gamaliel, as autoridades mandam açoitar os Apóstolos e proíbem-nos de ensinar.
Por sua vez, os Apóstolos saem da presença das autoridades cheios de alegria por terem dado testemunho de Jesus na adversidade.
Ainda que seguindo as palavras de Gamaliel, as autoridades mandam açoitar os Apóstolos e proíbem-nos de ensinar.
Por sua vez, os Apóstolos saem da presença das autoridades cheios de alegria por terem dado testemunho de Jesus na adversidade.
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