Maria, Mãe da Igreja…
A Cruz, a Hóstia e a Virgem Maria
O Papa Francisco propôs a toda a Igreja a memória (litúrgica) da Bem-aventurada Virgem Maria, Mãe da Igreja, a celebrar na segunda-feira a seguir à solenidade de Pentecostes, este ano a 21 de maio. O decreto Ecclesia Mater foi publicado a 11 de fevereiro de 2018, no 160.º aniversário da primeira aparição da Virgem Maria em Lurdes.
Há lugares e ordens religiosas que já celebravam sob esta invocação. O Papa quis que esta invocação fosse celebrada em toda a Igreja.
O decreto dá a tónica deste sublinhado: «A Mãe, que estava junto à cruz (cf. Jo 19, 25), aceitou o testamento do amor do seu Filho e acolheu todos os homens, personificado no discípulo amado, como filhos a regenerar à vida divina, tornando-se a amorosa Mãe da Igreja, que Cristo gerou na cruz, dando o Espírito. Por sua vez, no discípulo amado, Cristo elegeu todos os discípulos como herdeiros do seu amor para com a Mãe, confiando-a a eles para que estes a acolhessem com amor filial».
A vida dos cristãos há de assentar em três pilares, como salienta o mesmo decreto: «Esta celebração ajudará a lembrar que a vida cristã, para crescer, deve ser ancorada no mistério da Cruz, na oblação de Cristo no convite eucarístico e na Virgem oferente, Mãe do Redentor e dos redimidos».
Na verdade, a promoção desta devoção visa favorecer o sentido materno da Igreja nos pastores, nos religiosos e nos leigos. Integra, se quisermos, a revolução da ternura tantas vezes proposta pelo Papa Francisco.
No comentário ao decreto publicado, o Cardeal Robert Sarah (Prefeito da Congregação do Culto Divino e da Disciplina dos Sacramentos), enfatiza o conteúdo desta devoção mariana: «O desejo é que esta celebração, agora para toda a Igreja, recorde a todos os discípulos de Cristo que, se queremos crescer e enchermo-nos do amor de Deus, é preciso enraizar a nossa vida sobre três realidades: na Cruz, na Hóstia e na Virgem – Crux, Hostia et Virgo. Estes são os três mistérios que Deus deu ao mundo para estruturar, fecundar, santificar a nossa vida interior e para nos conduzir a Jesus Cristo. São três mistérios a contemplar no silêncio».
O sim de Maria faz d’Ela a Mãe de Jesus. A Igreja é o Corpo de Cristo e nós somos os membros deste corpo. Maria é Mãe de todo o Corpo, de Cristo, em primeiro lugar, e dos membros, que somos nós. É, com propriedade, Mãe nossa, Mãe da Igreja. Com Ela aprendamos a doçura da intercessão e da proximidade a Jesus.
Texto publicado originalmente na Voz de Lamego, 22 de maio de 2018
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