Nota biográfica:
Nasceu em Caleruega (Espanha) cerca do ano 1170. Estudou Teologia em
Palência e foi nomeado cónego da Igreja de Osma. Por meio da sua
pregação e do exemplo da sua vida combateu com grande êxito a heresia
dos Albigenses. Com os companheiros que aderiram a esta empresa fundou a
Ordem dos Pregadores. Morreu em Bolonha no dia 6 de Agosto de 1221.
Oração de coleta:
Venha, Senhor, em auxílio da vossa Igreja São Domingos, ilustre pregador
da verdade, para que sejamos sempre iluminados pela sua doutrina e
protegidos pela sua intercessão. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso
Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.
Falava com Deus ou de Deus:
Era tão admirável na vida de Domingos a santidade de costumes e o fervor do espírito que todos viam nele um instrumento escolhido da graça divina. A sua tranquilidade e firmeza de ânimo apenas se alterava pelos sentimentos de compaixão e de misericórdia. A alegria de coração transparecia na jovialidade do seu rosto, revelando a paz e harmonia da sua vida interior.
Em toda a parte se mostrava, nas palavras e nas obras, como um homem do Evangelho. Durante o dia, no trato com os irmãos e companheiros, ninguém era mais simples e agradável. Durante as horas da noite, ninguém era mais assíduo em vigílias e orações. Raramente falava, a não ser de Deus, ou com Deus na oração, e exortava os seus irmãos a fazerem o mesmo.
Uma coisa pedia a Deus com especial insistência: que Se dignasse conceder lhe uma verdadeira caridade, que o levasse a trabalhar eficazmente para a salvação dos homens, consciente de que só seria verdadeiramente membro de Cristo, quando se dedicasse com todas as suas forças à salvação das almas, como o Salvador de todos nós, o Senhor Jesus, que totalmente Se ofereceu para nossa salvação. Com esta finalidade, fundou a Ordem dos Pregadores, que era um projecto em que meditava profundamente já há muito tempo.
Com frequência exortava de palavra e por cartas os irmãos desta Ordem para que sempre se aplicassem ao estudo do Novo e do Antigo Testamento. Trazia sempre consigo o Evangelho de São Mateus e as Epístolas de São Paulo, e tanto as estudava que quase as sabia de cor.
Por duas ou três vezes foi eleito bispo, mas sempre recusou, preferindo viver em pobreza com os seus irmãos, a governar uma diocese. Conservou intacta até ao fim a glória da sua pureza. Desejava ser flagelado e despedaçado e martirizado pela fé de Cristo. A seu respeito afirmou Gregório IX: «Conheci um homem tão fiel cumpridor das regras apostólicas que não duvido estar agora no Céu, associado à glória dos mesmos Apóstolos».
(De escritos diversos da História da Ordem dos Pregadores. Libellus de principiis O.P.: Acta Canonizationis S. Dominici: Monum. O. P. Mist. 16, Romae, 1935; pp. 30 ss., 146-147, do sec. XIII)
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