«A julgar os vivos e os mortos» significa também
que, em última instância, só a Ele cabe julgar. Por isso temos a certeza de que
não será a injustiça deste mundo que terá a última palavra, e que ela não será
toda apagada indiscriminadamente num ato generalizado de graça. Existe uma última
instância de apelação que guarda a justiça para poder realizar o amor. Um amor
que destruísse a justiça criaria injustiça, e isso faria dele uma caricatura do
amo. O verdadeiro amor é superavitário de justiça, numa abundância que
ultrapassa a justiça, mas que nunca constitui destruição daquela justiça que
deverá ser e continuar a ser a forma fundamental do amor…”
“… A certeza de que será Jesus quem vai julgar
associa automaticamente à ideia do juízo o aspeto de esperança… comos seria de
esperar, não é simplesmente Deus, o Deus infinito, desconhecido, eterno quem
irá julgar; o julgamento foi confiado a Alguém que, como ser humano, é nosso
irmão. Não será um estranho que nos julgará, e sim Aquele que conhecemos pela
fé. Assim, o juiz não surgirá diante de nós como um ser totalmente
desconhecido, será um de nós, que conheceu e sofreu a existência humana no seu
íntimo”.
in Introdução ao Cristianismo, pp 236-237.
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