Alfredo DINIS e João PAIVA (2013). Educação, Ciência e Religião. Lisboa: Gradiva. 2.ª Edição. 204 páginas.
A confusão, a distinção, a sobreposição, a ruptura, o confronto entre fé e cultura, entre ciência e religião, entre sociedade e Igreja, entre o homem e Deus, entre a terra e o céu, preenche muitas bibliotecas, milhares de páginas de livros, revistas, boletins, com discussões que vêm de há muito tempo mas que, uma e outra vez, voltam à discussão.
O Papa Bento XVI, citado diversas vezes neste trabalho, em diversas ocasiões, como Cardeal e depois como Papa, refletiu muitas vezes na necessidade da ciência e da religião trabalharem conjuntamente, respeitando o campo uma da outra, mas, no plano da fé, a ciência desemboca na na fé, como sentido das coisas, do mundo, da pessoa. Por sua vez, a fé precisa da razão, da ciência, para nacionalizar o que é necessário racionalizar, pois também a religião não é um fenómeno abstrato, sem ligação à vida, ao mundo, ao que de mais profundo existe no ser humano.
Os autores deste livro lançam pistas e procuram respostas para diversos questionamentos levantados pelos homens das ciências e pelos crentes. Se alguns "cientistas" fecham todas as portas à religião, muitos outros encontram Deus nas ciências e nas diferentes descobertas. Estas podem contradizer a Bíblia, nas suas especificações concretas e históricas, mas não anulam a necessidade do ser humano procurar um sentido, uma razão de ser para viver, para existir neste tempo e neste mundo.
Pode haver pontos de contacto entre a ciência e a religião. Não se anula, mas podem ajudar-se. A melhor atitude, de parte a parte, é a da abertura, de se colocar a hipótese de que o outro tem as suas razões. Não se pode negar um Absoluto (crer em Deus) com outro absoluto (Deus nunca, não é sequer hipótese).
Alfredo Dinis (1952-2013) é licenciado em Filosofia e Humanidades, e em Teologia, Mestre e Doutor em História e Filosofia da Ciência. Sacerdote jesuíta.
João Paiva é licenciado em Química e mestre em Ensino da Física e da Química, doutorado em Química e Professor na Faculdade de Ciências da Universidade do Porto.
Universos diferentes mas que se tocam na mesma ambiência cristã e católica. No caso presente, a ciência não é uma obstáculo à fé e à vivência da mesma em situações reais e concretas, mas no entanto a ciência desafia a fé, a religião, a formular novos conceitos, mas que, como referiu Bento XVI, a fé seja luz e não obscurantismo.
A linguagem é simples, acessível, assertiva, sem dogmatismos, com muitas portas abertas. Adão e Eva? Preservativo e amor responsável? Galileu, Copérnico. Idade Média. Teoria da evolução das espécies, evolucionismo, e a criação obra de Deus? Vida em outras planetas? Jesus como único Mediador, também extensível para outras galáxias?
Veja também a seguinte notícia/debate:
Deus existe ou é uma invenção da mente humana, com os dois intervenientes.
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