À medida que regressava a Canaã, Jacob ficou preocupado. Ele não era de modo algum popular entre os parentes que agora deixava para trás. À sua frente encontrava-se o país onde Esaú vivia… o irmão que tinha jurado matá-lo. “Lembrai-Vos da Vossa promessa – rezou a Deus –, salvai-me do meu irmão.”
Embora rezasse com determinação, não se sentia confiante. “Talvez consiga cair nas suas graças oferecendo-lhe presentes” – pensou ele. “Farei uma seleção de entre os animais dos meus rebanhos. Então, poderei enviar os meus servos à frente com os animais para ver se Esaú se compadece.”
Nessa noite, um homem chegou e lutou com Jacob. Ambos lutaram sem parar – mas o forasteiro não conseguia vencer. Assim que a alvorada começou a romper, o forasteiro dirigiu-se ao seu opositor.
“Irei dar-vos um novo nome. Lutastes com Deus e com os homens e conseguistes vencer. O vosso nome será Israel: aquele que luta com Deus.”
No crepúsculo, Jacob teve a certeza que o forasteiro não podia ser outro senão Deus.
Então o sol subiu no céu. Jacob viu Esaú a aproximar-se com os seus guerreiros. Jacob sentiu arrepios de medo. Com a boca seca, começou a dar ordens: “Rápido, os servos e seus filhos devem ir primeiro, depois Lia e os seus filhos, depois Raquel e por fim, José. Quando o encontrares, curvai-vos: curvai-vos muito, mesmo muito.”
Jacob liderou a comitiva. Esaú avistou-o. Primeiro parou… depois correu na direção do seu irmão e abraçou-o. “Ora então aqui estás” – gritou calorosamente.
“Finalmente encontrei-te. Quem são estas pessoas? É a tua família? Que surpresa! Então, o que significava todo aquele desfile de animais que acabei de ver?”
“São presentes para ti, irmão.” – respondeu Jacob, de forma pouco percetível.
“Eu não preciso disso – riu Esaú –, sou suficientemente rico.”
No final, Esaú acabou por aceitar os presentes apenas para agradar a Jacob. O passado ficou esquecido. Jacob e Esaú voltaram a ser irmãos.
Mónica Aleixo, in Boletim Voz Jovem, maio 2012.
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