A alegria nas provas (provações)
Mas no final, poderia permanecer no nosso coração a pergunta se é
possível verdadeiramente viver na alegria também no meio das muitas
provas da vida, especialmente das mais dolorosas e misteriosas, e se
deveras seguir o Senhor, ter confiança n'Ele dá sempre felicidade.
A resposta pode ser-nos dada por algumas experiências de jovens como vós
que encontraram precisamente em Cristo a luz capaz de dar força e
esperança, também face às situações mais difíceis. O beato Pier Giorgio
Frassati (1901-1925) experimentou tantas provas na sua existência, mesmo
se breve, entre as quais uma, relativa à sua vida sentimental, que o
tinha ferido de modo profundo. Precisamente nesta situação, escrevia à
irmã: «Tu perguntas-me se estou feliz; e como não poderia sê-lo?
Enquanto a fé me der força estarei sempre alegre! Cada católico só pode
sentir alegria... A finalidade para a qual fomos criados indica-nos o
caminho semeado mesmo se com muitos espinhos, mas não um caminho triste:
ele é alegria também através dos sofrimentos» (Carta à irmã Luciana,
Turim, 14 de Fevereiro de 1925). E o beato João Paulo II, apresentando-o
como modelo, dele dizia: «era um jovem de uma alegria arrebatadora, uma
alegria que superava tantas dificuldades da sua vida» (Discurso aos
jovens, Turim, 13 de abril de 1980).
Mais próxima de nós, a jovem Chiara Badano (1971-1990), recentemente
beatificada, experimentou como o sofrimento pode ser transfigurado pelo
amor e ser misteriosamente habitado pela alegria. Com 18 anos, num
momento no qual o cancro a fazia sofrer particularmente, Chiara rezou ao
Espírito Santo, intercedendo pelos jovens do seu Movimento. Além da
própria cura, tinha pedido a Deus que iluminasse com o seu Espírito
todos aqueles jovens, que lhes desse a sabedoria e a luz: «Foi
precisamente um momento de Deus: sofria muito fisicamente, mas a alma
cantava» (Carta a Chiara Lubich, Sassello, 20 de Dezembro de 1989). A
chave da sua paz e da sua alegria era a total confiança no Senhor e a
aceitação também da doença como expressão misteriosa da sua vontade para
o seu bem e para o bem de todos. Repetia com frequência: «Se tu o
queres, Jesus, também eu o quero».
São dois simples testemunhos entre muitos outros que mostram como o
cristão autêntico nunca está desesperado e triste, mesmo perante as
provas mais duras, e mostram que a alegria cristã não é uma fuga da
realidade, mas uma força sobrenatural para enfrentar e viver as
dificuldades quotidianas. Sabemos que Cristo crucificado e ressuscitado
está connosco, é o amigo sempre fiel. Quando participamos dos seus
sofrimentos, participamos também da sua glória. Com Ele e n'Ele, o
sofrimento transforma-se em amor. E nisto encontra-se a alegria (cf. Cl
1, 24).
Para ler a mensagem completa »» MENSAGEM DE BENTO XVI para a JMJ 2012
Sem comentários:
Enviar um comentário